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Nível de endividamento do consumidor cai levemente em Maceió

O cartão de crédito lidera o tipo de dívida mais comum entre os consumidores da capital alagoana (84,5%), seguido dos carnês de lojas (13,1%)

A escalada da taxa de juros no País ainda não se reflete no nível de endividamento do consumidor de Maceió. A constatação vem dos dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Alagoas (Fecomércio/AL).

Pela pesquisa, o nível de endividamento do consumidor da capital caiu levemente no mês de agosto, registrando um percentual de 79,5% de consumidores com dívidas. Já o nível de consumidores com dívidas atrasadas aumentou em relação a julho, saindo de 30,3% para 31,3%.

Por sua vez, a taxa de inadimplência caiu e voltou aos patamares médios da economia brasileira. De acordo com os dados da Pesquisa, em julho Maceió tinha registrado 10,3% das famílias consultadas que não teriam condições de pagar dívidas. Em agosto, esse percentual registrou 7,7%.

Para o economista Fábio Guedes, esses resultados foram favoráveis porque não refletiram, ainda, a escalada da taxa de juros no País. “Geralmente, quando a política monetária passa para um viés mais conservador, resulta em consequências desfavoráveis para os consumidores já endividados ou para aqueles que contrairão novos empréstimos ou créditos, por exemplo”, ressalta.

Segundo sua análise, o momento ainda é de alta volatilidade do dólar com desvalorização da moeda brasileira, sendo preciso o consumidor se precaver porque a tendência é para elevação ainda mais da taxa de juros e pressões sobre os índices inflacionários.

Dívidas
O cartão de crédito lidera o tipo de dívida mais comum entre os consumidores da capital alagoana (84,5%), seguido dos carnês de lojas (13,1%), crédito pessoal (9,2%), financiamento habitacional (7%), financiamento de veículos (6,3%) e crédito consignado (5,7).

As dívidas com cartões de crédito tendem a aumentar entre as famílias na qual a renda ultrapassa dez salários mínimos. Por outro lado, o crédito consignado é largamente usado entre as famílias com renda abaixo desse patamar. Dívidas com financiamento de veículos são mais assumidas entre as famílias com renda superior (26,5%).

Considerando o limite prudencial de 30% da renda que deve estar comprometida com dívidas, as famílias da capital alagoana estão acima: 44%.

Do total, 18,3% gastam entre 11% e 50% em compromissos financeiros, enquanto 41,6% comprometem mais da metade do orçamento doméstico. As famílias que ganham menos de 10 salários mínimos são as mais endividadas, com 42,2% delas comprometendo mais da metade da renda familiar.

Para o economista, esses níveis estão muito elevados e podem comprometer a capacidade de solvência das famílias e, com isso, diminuir o potencial de compras, caso os efeitos do aumento dos custos financeiros das dívidas passem a pesar ainda mais no orçamento doméstico por causa da tendência altista dos juros no país.
A pesquisa é realizada pela Confederação Nacional do Comércio e está disponível no endereço www.fecomercio-al.com.br/ifepd/