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Audiência Pública discute soluções para diminuição da violência

Mesmo com baixa presença popular, audiência realizada na Escola Estadual Dom Adelmo, no Vergel, discutiu plano de ações para elaboração do Plano Plurianual 2014-2017

Alagoas 24 Horas

Audiência pública discute violência em Alagoas

Apesar da ausência do colegiado de vereadores, a audiência pública promovida pela Câmara Municipal de Maceió e encabeçada pela vereadora Heloísa Helena (PSOL), na manhã desta sexta-feira (06), na Escola Estadual Dom Adelmo, no Vergel, tratou da crescente violência na capital alagoana. A proposta é discutir um plano de ações que vise à prevenção e garanta assistência para as 10 áreas consideradas as mais violentas, segundo dados do Mapa da Violência 2013.

A parlamentar é conhecida por liderar atuações relacionadas aos direitos humanos. A plenária foi aberta para os moradores do entorno da instituição de ensino e serve como base para a elaboração do Plano Plurianual 2014-2017 que determinará quais são as prioridades do governo nos próximos quatro anos. “É um momento importante para discutir junto com a comunidade os projetos para que sejam diminuídos os riscos da violência. Por isso é importante que a população compareça fornecendo dados para enriquecer o debate e modificar o aparato da segurança pública e criar políticas sociais de prevenção aos riscos”, pontua.

O debate prossegue na segunda-feira (09), na Escola Estadual Benedita de Castro Lima, no bairro do Clima Bom. A ideia é realizar audiências nas 10 áreas de Maceió tidas com as mais perigosas pelo Mapa da Violência 2013 divulgado pelo Ministério da Justiça.

Entre os projetos apresentados pela vereadora e que apontam possíveis soluções está a criação de centros de música, esporte e cultura nessas regiões, além da capacitação das famílias para a produção de arranjos locais gerando emprego e renda. “Quero incluir também a meta de cobertura de 100% da educação infantil como meta do município. Até porque menos de 5% delas possuem acesso”, comenta a vereadora.

A abordagem e o preparo da polícia para lidar com a população também estão entre os pontos a serem debatidos durante as audiências. “A questão do aparato repressivo também são muito importantes”, destaca. Duas áreas do Virgem dos Pobres foram escolhidas, segundo a vereadora, justamente pela ausência do aparelho repressivo que se traduz em lutas constantes por territórios de tráficantes de drogas. “A favela do Galpão e da Boa Esperança, são dois exemplos de vulnerabilidade social. Com a presença do crime organizado, um morador acaba sendo impedido de cruzar o outro lado”, explica.

Baixa participação popular

A vereadora comentou a baixa participação popular durante a audiência realizada no Dom Adelmo. Para Heloísa, o motivo é diverso. “Em todas as audiências públicas temos esse problema, porque a mídia não divulga e nem a Câmara o faz. Embora eu entendo que esvaziamento da participação popular compreende um momento de omissão da sociedade já que as mobilizações ficam limitadas apenas quando alguém da família é assassinada, ou algum membro da classe alta é vítima”, diz.

A também ausência dos outros vereadores foi avaliada por Heloísa como um problema constante na Câmara, já que a falta de interesse pelo tema é alto. “Sei que alguns estão ausentes por conta de outros compromissos e que são extremamente atuantes, mas a maioria da Casa de Mário Guimarães, já não tem mais interesse. Eles sabem que chegando à eleição quanto maior a vulnerabilidade social e a desestruturação dos serviços públicos, maior será a facilidade para a compra dos votos”, denuncia.