Zagueiro coloca Tricolor em vantagem, cede empate ao rival colombiano, mas reaparece no fim para assegurar triunfo na Copa Sul-Americana.
Torcida, elenco, comissão técnica e diretoria do São Paulo devem todas as emoções da noite desta quarta-feira a Antônio Carlos. O zagueiro foi o principal responsável pela suada vitória do Tricolor sobre o Nacional de Medellín, da Colômbia, por 3 a 2, no Morumbi, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana. Para o bem e para o mal.
Antes do triunfo, porém, o São Paulo quase tropeçou nas próprias pernas. Após abrir o marcador com um golaço de Jadson, o time tricolor cedeu o empate em falha de Rodrigo Caio. Depois, Antônio Carlos entrou em ação. Primeiro ao marcar o segundo gol, depois ao falhar e dar o empate aos colombianos.
Mas aos 45 minutos do segundo tempo, a cabeça do zagueiro apareceu para definir a partida. Foi o quinto gol do defensor sob o comando de Muricy Ramalho. Agora, na partida de volta, dia 6, na Colômbia, o São Paulo joga por um empate. Estiveram no Morumbi 22.441 pagantes, para uma renda de R$ 572.190,00.
Essa é a oitava partida de invencibilidade do São Paulo, a quinta vitória consecutiva, somando as partidas pela Copa Sul-Americana e Brasileirão. O Tricolor volta a campo no próximo sábado, às 19h30, contra a Portuguesa, no Morumbi, pelo campeonato nacional
Golaço e voadora
Com Luis Fabiano de volta após seis jogos de afastamento por conta de lesão muscular e Jadson na vaga do suspenso Ganso, o São Paulo foi para cima do Nacional de Medellín desde o primeiro minuto. A postura defensiva dos colombianos, no entanto, dificultou a criação de jogadas do Tricolor.
Inteligente, Jadson decidiu arriscar de fora da área. E deu certo. Aos 13 minutos, o São Paulo abriu o marcador com um golaço do meia. O camisa 10 dominou com categoria e acertou o ângulo direito do goleiro Armani. Na comemoração, levou uma voadora de Aloísio nas costas. O golpe é uma marca do atacante.
Sem ser ameaçado pelo adversário, o São Paulo tinha espaço para criar. Só que faltava criatividade. Luis Fabiano pouco se movimentava no ataque, as jogadas pelas laterais eram raras, pelo meio o Tricolor não conseguia passar. Resultado: poucas oportunidades de gol.
A mais clara depois do golaço de Jadson ocorreu apenas aos 35 minutos. Maicon roubou a bola na intermediária, avançou e deixou Aloísio na cara do gol. O chute, porém, não saiu tão forte quanto as suas voadoras, e a zaga do time colombiano evitou o segundo gol.
Se não criava chances a seu favor, o São Paulo resolveu dar oportunidades ao adversário. Aos 39 minutos, o goleiro Rogério Ceni tentou sair jogando com Rodrigo Caio, que vacilou e perdeu a bola para Cárdenas. Ele tocou para Uribe completar para o gol: 1 a 1.
Herói, vilão, herói…
O gol de empate deu moral aos colombianos. E o segundo tempo mudou. Mais solto, o Nacional de Medellín procurou dar mais trabalho ao São Paulo. Só não chegou à virada aos cinco minutos porque Uribe e Cárdenas se atrapalharam e atuaram como defensores no campo de ataque.
Aos berros no banco de reservas, Muricy Ramalho não reconhecia o Tricolor. As caras e bocas do treinador demonstravam sua insatisfação. Como, por exemplo, quando viu Uribe ganhar de Paulo Miranda na direita, entrar na área e chutar cruzado, levando perigo a Rogério Ceni.
Impaciente, a torcida do São Paulo começou a pedir a entrada de Ademílson, que deixou a equipe para o retorno de Luis Fabiano. Nas raras chances que tinha, o camisa 9 não conseguia levar perigo, aumentando ainda mais a irritação dos torcedores.
A cara fechada de Muricy e a impaciência na arquibancada viraram euforia aos 26 minutos. Douglas cobrou escanteio, Rodrigo Caio desviou, e Antônio Carlos completou de cabeça para o fundo do gol. A torcida comemorou também a decisão do técnico de logo em seguida trocar Luis Fabiano por Ademílson.
A alegria, porém, durou pouco. Aos 33 minutos, Antônio Carlos falhou ao desviar para trás, Paulo Miranda perdeu na corrida e Duque tocou na saída de Ceni: 2 a 2. Cheio de personalidade, o zagueiro não se abateu e com muita garra partiu para o ataque para salvar o São Paulo e assegurar a vitória com mais um gol de cabeça, aos 45, após cobrança de escanteio. No fim da partida, ele ainda pediu desculpas ao goleiro pela falha no segundo gol dos colombianos.