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Facebook anuncia queda de usuários mais jovens

Diretor financeiro aponta que rede social teve baixa de usuários americanos na faixa etária no terceiro trimestre

O Facebook registrou queda de usuários mais jovens no terceiro trimestre do ano. A declaração foi dada pelo diretor financeiro (CFO) David Ebersman, na conferência de resultados da empresa.

O executivo disse na apresentação que houve uma queda no número de usuários do Facebook que acessam a rede diariamente entre os mais jovens, apesar de apontar que o uso da rede social por adolescentes americanos em geral ficou estável entre o segundo e o terceiro trimestre.
Porém, Ebersman ressalta que o impacto do dado é questionável, pois a autodeclaração de idade entre os mais jovens não é confiável, e lembra que o engajamento da rede social “permanece forte”.
Em nota, o Facebook no Brasil aponta que a queda parece ser pequena, já que está baseada em um grupo muito pequeno dentro da faixa etária de jovens.

Para Felipe Wasserman, professor do Centro de Inovação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o Facebook, apesar de ter uma grande base de usuários, passa por um ciclo natural de todas as redes sociais. “A rede social cresceu e deixou de ser novidade. Geralmente, os jovens são os primeiros a mudar. Portanto, esse movimento tende a ser ampliado”.

O movimento, cita Wasserman, acontece mais entre usuários com 12 a 14 anos, mas pode atingir jovens de até 20 anos. Porém, o professor da ESPM ressalta que deve demorar a acontecer no Brasil. “É uma realidade nos Estados Unidos e Europa. No País, ainda há espaço para a rede crescer entre os jovens”.

Cabe à empresa saber como manter este usuário, diz o professor. “A rede cresceu tanto que os usuários começam a pensar se querem se comunicar com tanta gente, e acabam optando por utilizar novas redes”.
Para Carlos d’Andréa, professor do departamento de comunicação social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ser a rede mais usada não é uma garantia. “Em uma rede social, se usuários começam a migrar, isso facilmente pode virar uma avalanche. Isso porque o usuário não encontra uso para ela se os seus amigos deixam de usá-la.”

Se renovar constantemente para manter a base de usuários não é o maior desafio da rede social, mas, sim mostrar retorno financeiro para marcas e investidores, na análise de Wasserman. “A plataforma pode se beneficiar com um público com mais idade. Apesar de terem menos amigos, interagem mais e são fiéis. O problema é que, com relação ao retorno financeiro, especialmente no curto prazo, a empresa ainda gera mais dúvidas que certezas.”