Duas pessoas morreram após queda de guindaste na quarta-feira (27).
Um funcionário das obras na Arena Corinthians, que não quis se identificar, afirmou que as condições de trabalho na construção do estádio que vai abrir a Copa do Mundo de 2014 não eram adequadas. Dois trabalhadores morreram no local após a queda de um guindaste na quarta-feira (27).
Uma das hipóteses aventadas pelo trabalhador é que o solo não tenha aguentado o peso do equipamento utilizado na obra.
— Quando o guindaste vai pegar uma peça muito pesada, é preciso fazer uma troca de solo. O engenheiro de segurança não liberou a obra porque ele viu que o solo estava afundando e não aguentaria aquele peso.
De acordo com este trabalhador, a realização da obra foi liberada pelo engenheiro de produção, que está hierarquicamente acima do engenheiro de segurança.
— O engenheiro de produção disse que tinha que fazer e ponto.
O operário ainda denunciou a rotina estafante no estádio
— Um funcionário chega a trabalhar 15 horas por dia. Um operador de guindaste, conforme vai passando o dia, a atenção dele vai diminuir.
De acordo com ele, uma das vítimas do acidente estava em uma sequência de trabalho extenuante.
— Esse operador estava trabalhando há 20 dias sem folga.
O engenheiro operacional da empresa responsável pela construção da Arena Corinthians, Frederico Barbosa, disse que as condições de trabalho eram adequadas.
— Esperamos uma semana para fazer um procedimento e as condições eram adequadas. Agora, precisamos apurar para saber o que aconteceu.