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Coliseu EF8 é marcado por nocaute de mestre de Belfort

Evento foi marcado por polêmica envolvendo Durinho e Bananada. Nocaute deu a vitória ao atleta carioca que treina com Vitor Belfort.

Alagoas 24 Horas

Máquina da Dor (à direita) foi o mais combativo

Com o Ginásio do Sesi lotado, o público maceioense assistiu, na noite dessa quinta-feira (05), a mais uma edição do consagrado Coliseu Extreme Fight.

Após tanta polêmica envolvendo os atletas Gilbert “Durinho” e Paulo “Bananada”, a oitava edição do evento abriu oportunidade ainda para outros 14 lutadores, onde sete alagoanos fizeram a torcida vibrar nas arquibancadas em cinco confrontos regionais.

43 segundos

O primeiro a subir no octógono foi o maceioense Edcarlos Ferreira, o “Peixe”, que encarou o paraibano Rogério Souza na categoria Peso Galo (61kg). Com um cartel de três vitórias, o alagoano venceu por nocaute técnico o paraibano em menos de 43 segundos.

4 minutos

Logo em seguida, o estreante Ivo Bezerra encarou o potiguar Ricardo Rodrigues pela categoria Peso Leve (70kg). A luta permaneceu disputada durante os 4 minutos até Ricardo conseguir uma finalização no chão.

Uh, é Cachorrão

A experiência de Nilton de Oliveira, o Nilton “Cachorrão”, de 42 anos, poderia se sobressair contra o sergipano Fabrício Alagoinhas, de 23, pela categoria Peso Leve (70kg), mas não foi o que aconteceu. O alagoano que é faixa preta em jiu-jitsu e treina há mais de 10 anos chegou ainda a ganhar o apoio dos presentes que gritavam: “Uh, é Cachorrão”.

Mesmo com o incentivo, Cachorrão sucumbiu aos golpes certeiros do sergipano que atingiram o seu olho direito abrindo um corte. Daí em diante a disputa tomou outro rumo e Cachorrão perdeu domínio da luta. A disputa teve que ser decidida pelos juízes que votaram por unanimidade contra o alagoano.

Máquina da Dor

A quarta luta do dia foi protagonizada por dois atletas de fora. Alexandre Lima, de Feira de Santana na Bahia, encarou o conhecido do público alagoano, Eduardo Souza Silva, o “Máquina da Dor”, de Belo Horizonte, e que já esteve presente em outras edições do Coliseu.

Máquina da Dor fez jus ao apelido e protagonizou os golpes mais agressivos da noite. Com socos e chutes, Eduardo conquistou os árbitros e ganhou por unanimidade.

Mestre e pupilo

A quinta disputa foi marcada pela luta entre os alagoanos Edcarlos Lima e seu ex-aluno João Prudêncio. Ambos especialistas na luta de chão, o jiu-jitsu foi determinante no confronto que definiu o Peso Pena (66kg).

Prudêncio conseguiu vencer o mestre após conseguir uma chave de braço “armlock”. Para dificultar, ele vinha se recuperando de um acidente de moto ocorrido há cerca de um mês. Prudêncio chegou a treinar várias vezes com uma proteção no joelho antes do confronto.

“Aceitei essa luta só para mostrar para ele [Edcarlos] que sou o melhor lá em cima. Treinei esse golpe faz tempo e sabia que iria ganhar com um armlock ou algo do tipo”, disparou o atleta após a vitória contra o ex-professor.

Estreante surpreende

A surpresa da noite veio de outro estreante no Coliseu. O jovem de 26 anos natural de Arapiraca, Paullemir Alves, possuía uma única vitória em confrontos oficiais até esbarrar com o paraibano Luiz Bruno de Oliveira, de 25 anos e que contava com um cartel de três lutas e três vitórias.

Paullemir levou a melhor ao utilizar a mesma técnica de Prudêncio, uma chave de braço no primeiro round.

Deboche e nocaute

A soberba foi a marca da disputa entre os meio-médios (77kg). O alagoano Armênio Neto, de 36 anos, radicado há mais de dez anos em Portugal e campeão de diversos eventos na França, Suiça, Inglaterra, Itália e Alemanha subiu mais do que confiante para a lutra contra o paraense Alexandre Leão, de 29.

O combate entre os dois experientes lutadores ficou caracterizado pelo deboche do alagoano, que a cada soco e chute desferido pelo adversário cobrava mais força. A postura similar à adotada pelo ex-campeão do Ultimate Fighting Championship (UFC), Anderson Silva, o “Spider”, irritou boa parte do público presente. O atleta ainda recebeu cartão amarelo do árbitro por falta de combatividade.

Por ironia do destino, assim como Anderson Silva que perdeu o título de campeão para o americano Chris Weidman, o alagoano perdeu a luta para o paraense após sofrer uma sequência quase interminável de socos certeiros e que, dessa vez, levaram Armênio ao nocaute.

A pláteia que no início apoiava o alagoano acabou vibrando com a derrota apaludindo o paraense.

Durinho e Bananada

Mas o melhor ainda estava por vir. Foi precisamente às 22h30 que o card principal entre os lutadores Gilbert Alexander Burns, o “Durinho”, professor de Jiu-jitsu do ex-campeão Vitor Belfort entrava no octógono para encarar Paulo Gonçalves da Silva, o “Bananada”, e pupilo de Anderson Silva.

A rivalidade entre as duas academias de prestígio nacional foi intensificada durante a última edição do Coliseu Extreme Fight, realizado em setembro. Na oportunidade, Durinho não pôde lutar por estar 2,5kg acima do peso.

Eles chegaram a trocar ofensas nas redes sociais após o evento, mas a hora de provar quem era o melhor tinha chegado.

Depois de tanta polêmica, a tensão e o respeito mútuo entre os lutadores pôde ser sentida na arena. Durinho entrou mais relaxado e buscava se movimentar mais, já Bananada pareceu mais “duro” e nervoso em sua expressão corporal.

Sem querer arriscar muito nos golpes para não oferecer chance de vitória ao adversário, ambos se estudavam a cada soco e chute.

E foi em pé que a luta teve um fim. Após uma rápida trocação, Durinho acertou um direto no queixo de Bananada que o levou ao chão desacordado. Era nocaute e o fim da polêmica, ou o início de uma nova rivalidade.