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Alagoas: relatório da OAB contabiliza 4150 homicídios em 22 meses

Ordem divulgou relatório de janeiro de 2012 a outubro de 2013 e constatou um total de 4150 mortes. Dados voltam a divergir do oficial divulgado pelo Governo do Estado.

Alagoas 24 Horas

Daniel Nunes (o segundo da esquerda para direita) cobra mais policiamento

A ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou, na manhã desta terça-feira (10), o Relatório Anual de Violência entre 2012-2013 durante uma coletiva ocorrida na sede da própria ordem, no Centro. De acordo com o relatório, de janeiro de 2012 a outubro de 2013, foram registrados 4150 homicídios. Para a entidade a maioria dos casos poderia ter sido evitada se houvesse maior investimento em efetivo humano para polícia.

O trabalho de monitoramento da ordem diverge, novamente, com os números do divulgado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) em 167 mortes (para mais).

A situação teria se fortalecido, segundo a OAB, por haver um efetivo policial menor do que o Estado necessita. “O problema do Estado não é falta de polícia e sim falta de polícias. Temos com isso uma deficiência clara em segurança de alta complexidade”, diz Daniel Nunes presidente da Comissão de Direitos Humanos.

Para reforçar a tese, Daniel citou o caso ocorrido na manhã dessa segunda-feira (09) na cidade de Porto de Pedras, litoral norte do Estado. No local, o militar Osvaldo Oliveira Silva foi assassinado a tiros tiros durante um assalto ocorrido a um caixa eletrônico da cidade. Ele foi emboscado no Grupamento da Polícia Militar (GPM) em seu primeiro dia de plantão.

Para ele, a desvalorização do efetivo de segurança pública ficou clara durante esse incidente já que há relatos de que somente dois militares faziam o plantão durante o assalto. “Policial faz diferença sim, não temos policiais suficientes para todo o Estado. Veja também o que aconteceu com Pilar, quando a cidade recebeu mais policiamento. Durante 15 dias não correu um único homicídio”, afirma.

De acordo com o relatório da OAB, em 2012 Alagoas registrou 1.852 homicídios por arma de fogo e 248 por armas brancas. O mês de dezembro acabou sendo o mais violento com o registro de 196 mortes, quando o governo registrou 190.

Já em 2013, entre janeiro e outubro o mês mais violento foi o de setembro, com 187 mortes. “A maioria das vítimas acabam sendo os homens na faixa etária entre 15 e 25 anos”, diz ao advogado.

Mesmo com a divergência entre os dados houve uma redução de 2,44% no número de homicídios, mas a Ordem frisa a dificuldade de obter informações para compor o relatório. “Não há também como dizer que houve um mascaramento por parte do governo já que a metodologia utilizada por ele é diferente da nossa”, diz o advogado.

O relatório será levado ao Governo do Estado para análise.

O Alagoas 24horas tentou contato com a assessoria da Seds, mas não obteve resposta.