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Banho frio e cama dura: Dirceu, Delúbio e Valério completam hoje um mês atrás das grades

Longe do conforto, mensaleiros até improvisam cortina para dividir o banheiro na cela na Papuda.

16/12/2013 09:28

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Os mensaleiros detidos na primeira leva de prisões determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) completam um mês na cadeia nesta segunda-feira (16). Nesses 30 dias, o ex-ministro José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e mais nove mensaleiros sentiram na pele o que é trocar o conforto e a segurança do lar pelas dificuldades de dividir uma cela suja de uma prisão. Veja como os mensaleiros passaram esse primeiro mês atrás das grades.

Todos os 11 mensaleiros presos foram conduzidos das superintendências da PF (Polícia Federal) de Minas Gerais, São Paulo e Brasília para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal
A penitenciária da Papuda fica a cerca de 30 km da área central de Brasília e recebe presos condenados pelos mais diversos crimes.

A penitenciária de segurança máxima com capacidade para 5.000 detentos comporta aproximadamente 9.000 atualmente, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

Condenado a dez anos e dez meses de prisão, o ex-ministro da Casa Civil no início do governo Lula, José Dirceu, está preso em uma cela da Papuda. Embora esteja cumprindo pena no regime semiaberto, ele não tem privilégios: as celas têm cama, vaso sanitário e local para banho. Não há chuveiro, mas apenas um cano de água fria
José Genoino, ex-presidente do PT e ex-deputado federal, também esteve por cinco dias na Penitenciária da Papuda. No dia 21 de novembro, ele passou mal e foi internado em um hospital de Brasília.
Depois de três dias, recebeu alta médica e foi para a casa da filha em Brasília, onde deve ficar por três meses em ‘prisão hospitalar ou domiciliar’.

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, se entregou à PF em Brasília exatamente um mês atrás. Condenado a 8 anos e 11 meses de prisão pelo STF, Delúbio recorreu da sentença e começou a cumprir pena de 6 anos e 8 meses em regime semiaberto. Delúbio divide a cela com Dirceu e Jacinto Lamas. Eles improvisaram uma ‘cortininha’ para isolar a cela do banheiro. E o quarto elemento da cela está a caminho: o ex-deputado Pedro Henry, que também se entregou à polícia. Leia mais
O operador do mensalão, o ex-publicitário Marcos Valério, também está preso na Papuda. No entanto, ao contrário de Dirceu e Delúbio, está no regime fechado.

O ex-vice-presidente do Banco Rural José Roberto Salgado se apresentou à PF em Minas Gerais, mas também está preso na penitenciária da Papuda. Antes acostumado a dirigir uma instituição financeira renomada, hoje Salgado toma banho frio e recebe visitas quinzenais — assim como os outros presos da Papuda.

Cristiano Paz, ex-sócio de Valério, também está na penitenciária da Papuda. Pouco mais de um mês atrás, o mensaleiro estava em Belo Horizonte em casa, mas agora está na cadeia, no regime fechado. Ele até tentou transferência para uma prisão em Minas Gerais, mas desistiu.

O outro ex-sócio de Valério, Ramon Hollerbach, também está preso em Brasília. Como os colegas de prisão, recebe refeições três vezes ao dia: no início da manhã, por volta do meio-dia e no início da noite
O ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas cumpre pena no regime semiaberto em Brasília. Lamas está preso no CIR (Centro de Internamento e Reeducação), ala onde Dirceu, Delúbio, Genoino e Romeu Queiroz também cumprem pena. Neste local, existem oficinas de trabalho como marcenaria, lanternagem, funilaria, serigrafia, panificação, costura de bolas e de bandeiras além de trabalhos agrícolas.

O ex-deputado pelo PTB Romeu Queiroz é outro preso da Papuda. Também no CIR, ele pode fazer oficinas semelhantes as encontradas nas colônias agrícolas e industriais. É nesse presídio também que estão as alas de ex-policiais e de presos provisórios com direito à prisão especial .

Antes de chegar à Brasília um mês atrás, os mensaleiros ainda viajaram de avião. Desta vez, porém, nada de férias ou trabalho: eles foram transferidos de Belo Horizonte e São Paulo para Brasília em uma aeronave oficial da Polícia Federal.

Assim que chegaram à capital federal, foram levados à Penitenciária da Papuda, que fica a cerca de 30 km da área central de Brasília e recebe presos condenados pelos mais diversos crimes.

Acostumado a passar férias no litoral baiano, o ex-ministro José Dirceu agora está preso em uma cadeia em Brasília.

Assim como os outros presos, os mensaleiros tiveram que respeitar as regras de cadeia. Ainda em novembro, o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) enviou uma recomendação à diretoria do presídio e Sistema Penitenciário do Distrito Federal para que seja seguido o princípio da isonomia no tratamento aos internos e visitantes das unidades prisionais. O objetivo foi acabar com os privilégios dados a Dirceu, Genoino e Delúbio na época.

As mensaleiras Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, e Simone Vasconcelos, ex-diretora da agência de publicidade de Marcos Valério, também foram presas na Papuda. Na foto, as duas ‘fazem amizade’ com outra detenta durante o banho de sol.

Simone Vasconcelos (foto) e a colega mensaleira Katia Rabello foram transferidas para Minas Gerais, onde vão terminar de cumprir a pena
Por motivos de segurança, Katia e Simone viajaram em um voo comercial. Agora, elas já estão no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, que fica no bairro Horto, em Belo Horizonte.

O 12º réu condenado no mensalão, que teve ordem de prisão decretada na primeira leva, é o ex-diretor de marketing do BB Henrique Pizzolato. Ao contrário dos outros 11 mensaleiros, ele não se apresentou à PF e fugiu para Itália. Ele é considerado foragido da Justiça e teve o nome incluído na lista de procurados da Interpol.