O alerta é da Vigilância Sanitária de Alagoas – órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Sucesso o ano todo, a combinação praia, mar e sol fica ainda mais frequente com a chegada do verão. Mas, além da folia, a estação traz também uma série de perigos e, para que o dia de lazer não termine mal, é necessário redobrar a atenção e adotar alguns cuidados. O alerta é da Vigilância Sanitária de Alagoas – órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Segundo a nutricionista e gerente do Serviço de Comércio de Alimentos da Vigilância, Márcia Alves, durante este período do ano pode ocasionar diversos problemas para a saúde. Os principais são a desidratação e as infecções intestinais, causados pela falta de água e sais minerais no organismo e pela ingestão de alimentos contaminados ou mal armazenados.
Para evitar os riscos, a população deve estar atenta. “Uma vez que não repomos os líquidos e nutrientes, principalmente estando expostos ao sol, ficamos vulneráveis a uma desidratação, que pode ser agravada ainda mais com o consumo de comidas estragadas, que trazem a possibilidade de infecções, causando diarréia”, avisa a especialista.
Ela ressalta que uma das dicas mais importantes para o verão é a hidratação com água mineral, água de coco e sucos, capazes de repor os sais minerais perdidos por meio do suor. O quadro deve ser complementado com uma dieta saudável com contendo alimentos leves, em especial frutas, verduras e vegetais, e com a ingestão de seis refeições diárias.
Comidas pesadas só com muita moderação. “Devemos evitar esses pratos mais calóricos, até porque, nessa época, nosso organismo não está como no inverno, quando ele se acelera para nos aquecer. No verão, ao contrário, ele fica mais lento e, por isso, a digestão é mais difícil”, diz a gerente do Serviço de Comércio de Alimentos da Vigilância Sanitária.
Na praia, a recomendação é fugir dos petiscos e sorvetes mais gordurosos. “No quesito picolé, os melhores são os de fruta”, afirma Márcia. “Já as pessoas que tomam cerveja acabam sempre exagerando em petiscos calóricos, como o amendoim ou a castanha, por exemplo. Quem estiver bebendo deve ingerir muita água, já que a perda de minerais é grande”, ressalta a nutricionista.
Higiene
Outro fator importante a ser observado é a higiene. Quem for comer fora de casa deve verificar se o local tem licença da Vigilância Sanitária, além de conferir se o estabelecimento tem boas condições de limpeza. Os que preferirem comidas comercializadas por ambulantes também devem ter cuidado: nesse caso, é necessário observar armazenamento e manipulação.
“É fundamental ver se a caixa está limpa e se ele está manipulando dinheiro junto com o alimento. No caso de frutos do mar, as altas temperaturas aumentam um risco de contaminação e deterioração. O cuidado deve ser ainda maior com as ostras. Devem ser avaliados o aspecto delas, se estão vivas e como estão sendo guardadas”, diz Márcia Alves.
O consumo de maionese também requer atenção redobrada, já que o item estraga facilmente e traz grande chance de infecção por salmonella – bactéria responsável pela salmonelose, intoxicação que causa diarréia e sintomas abdominais. A dica é não fazer a receita em casa e, em caso de restaurantes, observar a procedência – caso não seja possível, o melhor é evitar a ingestão.
Para evitar doenças, é fundamental ainda seguir cuidados como higienizar bem as frutas, verduras e legumes, colocando de molho no vinagre ou com solução de hipoclorito de sódio por 15 minutos, e lavar as mãos antes de manipular qualquer alimento. “Nessa época do ano, todo cuidado é pouco e a população deve estar sempre atenta, em especial com relação às crianças”, a especialista.
Desidratação
Causada pelo baixo nível de água e sais minerais no organismo, a desidratação é uma doença considerada grave, já que faz milhares de vítimas todos os anos, em especial crianças e idosos. O diagnóstico, no entanto, é realizado de maneira simples, assim como o tratamento quando descoberta precocemente.
A desidratação pode ocorrer quando há excesso de calor sem reposição dos líquidos eliminados, diminuição do consumo de água, febre, vômitos e uso de medicamentos diuréticos. A causa mais comum, no entanto, é a diarréia, corriqueira no verão devido à multiplicação dos vírus causadores. A exposição excessiva ao sol e o excesso de roupas também podem levar ao quadro.
Os principais sinais são pele e boca seca, pouca urina, taquicardia, irritabilidade e olhos fundos. A desidratação pode acontecer em três intensidades: leve, quando o único sintoma é a sede; mediana, quando já apresenta pele seca e inflexível, taquicardia, diminuição do peso, aumento da temperatura corporal; e grave, com queda da pressão arterial, sensação de perda de consciência eminente, estupor, hipertermia, convulsões e choque.
O tratamento depende do nível de desidratação em que a pessoa se encontra. Nos casos leves, beber água em maior quantidade pode ser suficiente. Quando causada por diarréia ou vômito, o soro caseiro pode ser utilizado. Em casos mais persistentes, soros industrializados também são recomendados. Já em casos graves, a administração deve ser feita por via sanguínea.