Aproximadamente 76,5% dos consumidores possuem dívidas com até 60 dias de prazo, 11,1%, entre 61 e 90 dias, e 12,6% acima de 90 dias de prazo.
A pesquisa sobre o Perfil de Endividamento do Consumidor de Maceió, lançada pelo Instituto Fecomércio Alagoas de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com o Banco do Nordeste (BNB), aponta o que já era aguardado: o consumidor maceioense começa o ano com o nível de endividamento maior em relação a dezembro.
O percentual de consumidores endividados na capital alagoana elevou-se para 78,1% em janeiro de 2012, contra 71,9% registrado em dezembro do ano passado. De qualquer forma, este indicador ficou abaixo da média verificada durante o ano de 2011, que foi de 81,6%.
Os demais indicadores também registraram aumentos. Aproximadamente 35% dos consumidores entrevistados afirmaram que tinham alguma dívida em atraso. Em dezembro, esse percentual tinha alcançado o menor nível do ano, 26,7%.
O comprometimento da renda familiar dos consumidores para este mês chegou a um nível considerado preocupante, 40,2%, quando o indicado entre os especialistas em economia doméstica é de que esse percentual não deve ultrapassar o nível de 30% da renda líquida familiar.
Por sua vez, o nível de consumidores inadimplentes se elevou pouco, passando de 6,3%, em dezembro, para 6,6%, em janeiro de 2012. Essa pequena diferença contribui para a conclusão que a maioria dos consumidores consultados pela pesquisa da Fecomércio-AL/BNB, vem mantendo seus compromissos financeiros em dia, independente do aumento dos demais indicadores de endividamento.
De acordo com a consultoria econômica da Fecomércio-AL, esses dados já eram esperados em razão do boom consumista verificado no período das festas de final de ano, quando o consumidor, em geral, se expõe mais nas compras de final de ano e acaba contraindo mais dívidas no mercado. E a prova disto é que os cartões de crédito continuam liderando como o principal instrumento de contração de dívidas (68,8%), seguido pelos financiamentos (28,4%), empréstimo pessoal (8,8%), carnês de loja (8,7%), cheque especial (5,6%) e cheques pré-datados (4,6%).
Outros dados são revelados na pesquisa. Os tipos de produtos e serviços mais adquiridos através da contração de dívidas em janeiro são: educação (31,1%), eletroeletrônicos (13,5%), alimentação (12,7%), aluguel residencial (9,6%), eletrodomésticos (7,3%), tratamento de saúde (6,2%), reforma residencial (6%), seguros (5,8%), móveis residenciais (5,7%) e vestuário (3,4%). Esses dados revelam que o período é característico das compras relacionadas à educação em virtude do início das matrículas escolares e compra de material didático e outros.
O descontrole financeiro é considerado o maior determinante do aumento do nível de endividamento do consumidor da capital (69,8%), e a compra por impulso é o maior vilão desse descontrole (29,9%), seguida do surgimento de gastos inesperados (23,6%), facilidade de crédito (21,4%), compras motivadas pelo marketing, relações sociais e influência dos costumes (20,4%) e compras antecipadas (14%). Aproximadamente 76,5% dos consumidores possuem dívidas com até 60 dias de prazo, 11,1%, entre 61 e 90 dias, e 12,6% acima de 90 dias de prazo.
Em termos de valores, 34% possuem dívidas de até R$ 1.000, 19,3% entre R$ 1.001 e R$ 2.000, 26% entre R$ 2.001 e R$ 5.000 e 20,5% mais de R$ 5.000.
A pesquisa sobre o nível de endividamento do consumidor da capital alagoana indica que os resultados não diferem daqueles registrados em outros anos, ou seja, aponta a tendência verificada de aumento do endividamento em razão das compras do final de ano e início do período das matrículas e aquisição dos materiais escolares. Apesar do aumento do comprometimento da renda familiar com dívidas e do percentual de dívidas atrasadas, o índice de inadimplência se elevou muito pouco, demonstrando que o consumidor da capital vem mantendo seus compromissos financeiros.
Acesso a pesquisa completa consultar o site http://www.fecomercio-al.com.br/ifepd/