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Famílias da Praça Sinimbu completam um ano de despejo

Em protesto, MTL mobiliza 400 famílias e ocupa 6 fazendas em Alagoas.

Alagoas24horas/Arquivo

Cerca de 70 famílias foram despejadas em 24 de janeiro de 2010

Completou um ano o despejo das famílias que estão na da Praça Sinimbu, onde cerca de 70 famílias foram despejadas violentamente em 24 de janeiro de 2010 da fazenda cavaleiro, também conhecida como Gulangi, em Murici. Com a expulsão violenta as famílias montaram acampamento á margem da BR 104 no mesmo município.

Temendo cair no esquecimento e de ser vítima de mais violência na margem da rodovia, depois de muitas perdas de lavouras destruídas e as sequelas do despejo, vinte dias depois, o acampamento se dividiu e 25 das 70 famílias deixaram a rodovia federal e montaram acampamento na porta do INCRA no dia 8 de fevereiro Praça sinimbu, centro de Maceió.

Até fevereiro daquele ano foram contabilizadas 1.283 famílias despejadas de 26 imóveis rurais ligadas aos quatro principais movimentos MTL, CPT, MLST e MST. Um recorde de despejos concedidos pela justiça alagoana através da Vara Agrária que, sem levantar o cumprimento da função social da propriedade, se tornou a única Vara da justiça brasileira a conceder 100% das decisões em favor de uma única classe, nesse caso dos latifundiários, caso que deveria ser analisado pela Corregedoria ou o CNJ.

Em protesto a esse descaso e violência contra os agricultores sem terra com os despejos sempre em favor dos fazendeiros, o MTL ocupou nas proximidades de seis imóveis rurais mobilizando cerca de 400 famílias. O total das áreas que as famílias reivindicam chega a 3.500 hectares nos municípios de Porto Calvo, Murici, Maceió e União.

Tendo mais uma fazenda a ser ocupada em rio largo na manhã desta terça-feira (24) dia do aniversário de um ano dos despejos. Para as famílias, despejadas em janeiro de 2010 do acampamento cavaleiro (Murici) e acampadas na praça em Maceió desde fevereiro do mesmo ano, a saída será um convênio entre o governo federal/Incra e governo de Alagoas para aquisição de um imóvel para cada Movimento social agrário, para compensar as áreas de maior conflitos com despejos realizados ou programados há anos.

A desapropriação desses imóveis será de forma célere com formalidade diferenciada da reforma agrária. O INCRA garante que após o convênio assinado poderá resolver o problema em seis meses. O problema agora está com a capacidade do estado de entrar com vinte por cento do valor total das quatro propriedades, segundo determina a lei dessa modalidade de aquisição de imóveis rurais jamais usada pelo Incra em Alagoas.

Haverá também nesta agenda de protesto contra os despejo violentos pela justiça e governo de estado e pela demora da entrega de lonas que amenizem os efeitos das chuvas, mutirão de coberta das barracas da Praça Sinimbu com palhas com o apoio de cerca de 50 trabalhadores do interior em solidariedade por ocasião das chuvas. Terá início a partir das 10 horas dessa terça-feira (24).

Com os crimes praticados pelos fazendeiros e usineiros como a inobservância dos direitos trabalhistas, trabalho escravo, agressão ao meio ambiente e derrubada de casas com expulsão das famílias do campo, esses promovem uma verdadeira invasão das cidades. Agridem as pessoas e ainda tem o apoio incondicional do estado e da justiça.