O ex-governador Ronaldo Lessa esteve nesta segunda-feira, 6, na sede da Polícia Federal, em Jaraguá, onde prestou depoimento em dois inquéritos, que segundo a PF, correm em segredo de Justiça. Além disso, Lessa foi ouvido em um terceiro inquérito, instaurado depois que Lessa atribuiu ao então candidato ao governo do Estado, Teotonio Vilela Filho, a autoria do arrombamento do seu comitê eleitoral, situado no Conjunto Santo Eduardo, na Jatiúca.
Ronaldo Lessa foi autuado por calúnia, infração do art. 324 do Código Eleitoral, que determina pena de detenção de seis meses a dois anos, além de pagamento de 10 a 40 dias-multa, para o “crime de Calúnia contra alguém durante propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda imputando-lhe falsamente fato definido como crime”.
A PF explica que neste caso não houve “tecnicamente indiciamento”, visto que se trata de uma infração penal de menor potencial ofensivo.
Ronaldo Lessa, à época candidato ao Governo, teria afirmado que não tinha dúvidas de que o seu adversário [Téo Vilela] era o principal suspeito. Em depoimento ao delegado Políbio Brandão nesta tarde, Lessa ponderou. Disse que quando foi interpelado pela imprensa acerca do arrombamento do comitê, mencionou – com o intuito de colaborar com as investigações – que o suspeito natural seria o seu adversário político, no entanto, não se recorda de ter utilizado textualmente a expressão: “não tenho dúvida de que o nosso adversário é o principal suspeito”.
Em nota divulgada pela assessoria de comunicação da PF, o ex-governador teria dito em depoimento que não teve a intenção de atribuir o fato criminoso ao seu adversário durante o processo eleitoral, no entanto, na saída da PF, Lessa disparou: “Reforcei à PF que o único interessado nisso é o Teotonio Vilela Filho e pedi que o fato fosse apurado”.