Lideranças reclamam de falta de apoio na parte alta da cidade.
Lídere comunitários da parte alta da capitala alagoana escreveram nota de repúdio à Secretaria Municipal de Cultura, por suposta falta de apoio aos tradicionasi blocos carnavalescos que saem tradicionalmente a cada ano nestas localidades.
Segundo as lideranças muitos bairros ficarão sem a tradicional festa de carnaval. Os líderes acusam a secretaria de ser discriminatória.
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Um episódio triste, que contraria a essência dos festejos carnavalescos de democracia e inclusão social, vai marcar o carnaval de 2012 da maioria dos moradores da parte alta da cidade. É que sem o tradicional apoio da Secretaria Municipal de Ação Cultural para a realização das comemorações, cerca de 20 localidades do Tabuleiro dos Martins vai ficar sem festa este ano.
Como forma de protesto à ausência da secretaria, dezoito lideranças comunitárias da região norte formalizaram uma nota de repúdio que será entregue ao prefeito de Maceió, Cícero Almeida, no intuito de cobrar medidas que evitem que o episódio se repita. A intenção é pedir o apoio do prefeito, e fazê-lo ficar a parte da atual situação.
O líder comunitário do Cleto Marques, Jéferson Rocha da Silva, falou do sentimento de frustração que agora abrange os moradores da região. “Todo ano nós saímos com o Bloco Poeirinha. Esta era a festa carnavalesca da nossa comunidade, a única oportunidade que tínhamos de nos divertir neste período, já que muita gente da região não tem condições de se deslocar para a parte mais nobre da cidade, onde geralmente ocorrem as comemorações organizadas pela prefeitura” contou.
Jéferson explicou que a contrapartida da prefeitura seria a disponibilização de uma orquestra de frevo, que puxaria o bloco. “Passamos a semana toda ligando para a secretária Paula Sarmento e ela sempre dizia que iria enviar a orquestra, mas até agora nada. Amanhã já é carnaval e nós não estamos confiantes de que o nosso direito ao lazer e à cultura, previstos pela Constituição Federal, será respeitado este ano” completou o líder comunitário.
Jeférson ainda informou que, assim como a dele, muitas outras comunidades da região periférica da cidade também estão sem programação cultural para as festas carnavalescas devido á falta de apoio da Secretaria de Municipal de Cultura. “Esta não é a primeira vez que a secretária comete este ato de discriminação com os mais necessitados. No ano passado, no dia de Yemanjá, a Secult também cerceou o horário das oferendas. Isto é um absurdo, não podemos deixar que episódios como este voltem a se repetir, tirando o direito de quem já não tem nada” – finalizou Jéserson.