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Mortalidade materna tem redução de 21% em Alagoas

Óbitos por causas obstétricas passaram de 28 para 22; melhoria do atendimento e distribuição de cestas ajudaram a reduzir o índice.

Ascom

Secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo

Alagoas registrou uma redução de 21,43% nos indicadores da mortalidade materna. De 2010 para 2011, o número de óbitos ligados a causas obstétricas passou de 28 para 22, acompanhando a diminuição computada no resto do País, que, segundo as estatísticas divulgadas pelo Ministério da Saúde (MS), teve uma queda de 19% no primeiro semestre do ano passado.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, o avanço se deve às ações adotadas pelo Governo. “O Estado vem repassando recursos para as maternidades e equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) de 100 municípios para reforço no pré-natal, que é fundamental para reverter esses números”, explica.

Alexandre Toledo ressalta que os recursos são para utilização na melhoria do atendimento e no fornecimento de medicamentos para gestantes e recém-nascidos. Além disso, lembra o secretário, as ações como a distribuição de cestas nutricionais – realizada em parceria pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) – também têm ajudado.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Sandra Canuto, informou que este ano Alagoas fechou ainda um projeto junto ao Banco Mundial, objetivando a ampliação e a assistência da gestante de alto risco de forma regionalizada, priorizando a segunda macrorregião, que contempla quatro regiões de saúde. A verba prevê a compra de kits de pré-natal, com equipamentos como sonar, estetoscópio e tensiômetro, que serão entregues para as regiões com piores indicadores”, afirma a superintendente.

Sandra Canuto ressalta também a necessidade do empenho das administrações municipais. “O Estado coordena, monitora, capacita e até aparelha, mas a assistência básica depende dos municípios, que devem equipar suas unidades e melhorar o atendimento e a disponibilização de exames. A redução da mortalidade é compromisso de todos”, diz.

Causas

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, as principais causas de mortalidade materna tanto em Alagoas quanto no resto do País são a pré-eclampsia (aumento da pressão arterial ocorrido durante a gravidez), a eclampsia (forma mais grave da doença caracterizada por convulsões e sangramento vaginal) e a infecção pós-parto.

“Todas essas mortes são evitáveis em sua grande maioria. Em boa parte dos casos, o problema é o acesso ao pré-natal, que deve ser bem feito para evitar essas futuras complicações. Além disso, temos também a questão cultural, ainda muito presente no Nordeste, da mulher ter 7, 8 filhos, o que também pode levar a complicações”, esclarece Sandra.
Ela acrescenta que outro fator de risco é o crescimento do número de partos cesarianos. Em Alagoas, o índice de cesáreas ultrapassa os 50% e, em maternidades particulares, pode chegar até a 90%.

De acordo com a superintendente, mulheres que passam por esse tipo de parto têm maior propensão a infecções e problemas como a embolia. Sandra Canuto lembra que, apesar do aumento de cesáreas, o Estado vem conseguindo diminuir a mortalidade materna com ações efetivas. “A melhoria no pré-natal e o incentivo financeiro dado às maternidades e às equipes do PSF, assim como as capacitações, têm ajudado na queda de óbitos por causas obstétricas, fazendo com que Alagoas acompanhe o Brasil”, diz.