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Após 19 anos na F-1, Rubinho assina com a KV Racing e vai correr na Indy

Recordista de participações na principal categoria do automobilismo mundial, Rubens guiará ao lado do amigo Tony Kanaan por toda a temporada 2012

Divulgação/KV Racing

Rubens Barrichello vai disputar a temporada 2012 da Indy pela equipe KV

O recordista de participações na Fórmula 1 vai correr na Fórmula Indy em 2012. Dono de 11 vitórias, 14 poles, 68 pódios e dois vice-campeonatos na principal categoria do automobilismo mundial, Rubens Barrichello iniciará nesta temporada uma nova fase em sua carreira, mudando-se para os Estados Unidos. Ele disputará todas as corridas – inclusive as provas em circuitos ovais – na equipe KV, com o carro número 8, como companheiro de seu amigo de longa data, o baiano Tony Kanaan, que renovou por dois anos. O patrocínio para a nova empreitada será de uma empresa brasileira, a mesma que apresentou, no fim do ano passado, uma proposta para que o piloto seguisse na Fórmula 1 pela Williams.

– Essa é uma nova fase na minha vida, e muito feliz. Quando o convite veio, fui com a cabeça aberta. Mas, como piloto profissional, competitivo, você quer fazer as coisas bem feitas. Me adaptei muito rápido e tive muito apoio de toda a equipe. No final daquele primeiro dia de testes, recebi o convite e começamos a correr atrás dos parceiros que pudessem viabilizar isso. Aos 39 anos de idade, aos 39 do segundo tempo, só tenho a agradecer por esta oportunidade – frisou Barrichello, sem esconder o sorriso no rosto.

O envolvimento de Rubens com a Indy começou quando ele recebeu um convite de Tony, no fim de janeiro, para testar o novo chassi que a categoria adotará neste ano, o DW12, após sete anos utilizando o mesmo carro. A intenção, segundo eles, era ter a opinião de um piloto experiente como Barrichello na busca pelo melhor acerto da nova máquina. Inicialmente programado para andar por dois dias no circuito de Sebring, nos Estados Unidos, Rubens fez também um terceiro dia de testes, quando foi o mais rápido da sessão.

– Não começo do zero, pois tenho uma experiência longa no automobilismo. Será o meu 34º ano, o que faz com que eu comece em um patamar que não é o zero. Mas tenho muito o que aprender com o Tony. É impressionante como ele é rápido com pneu frio. O motor turbo é uma nova experiência. O uso dos freios de carbono é algo que carrego da Fórmula 1. Então, tem coisas do zero e coisas que estão andando. Mas no oval, por exemplo, não tenho ideia de como é o acerto, precisarei aprender. Meus companheiros serão importantes para isso.

Sem vaga na Fórmula 1 após a confirmação de Bruno Senna na Williams e diante do bom desempenho em seu primeiro contato com um carro da Indy, piloto e equipe deram início às negociações. Durante este processo, a presença de Tony Kanaan, piloto da KV desde o ano passado, pesou na decisão. Amigos desde a infância, ele e Rubens são sócios no IBK, uma entidade que atende instituições de caridade no Brasil. Dentro das pistas, já conquistaram oito vezes as tradicionais 500 Milhas de Kart. Compartilhando o mesmo box, a cooperação mútua no aspecto técnico, onde ambos são reconhecidamente fortes, pode fazer a diferença.

– Vou fazer todas as provas, estou entrando nessa com muita força, muita coragem e muita determinação. Estou feliz em anunciar esta nova parceria com meu ‘irmão’ Tony e com o Jimmy Vasser. Agora vou poder guiar o meu carro, porque até então era o carro do Tony. Agora posso ter o meu para abusar mais. O Tony, para mim, é a razão de eu estar fazendo isso. Eu tentei comprar o número 11, mas ele não vendeu. O Eduardo, que desenhou meu capacete, me perguntou se dava para botar o número oito – disse.

No último fim de semana, Barrichello e a KV voltaram a trabalhar juntos em uma nova sessão de treinos, desta vez na pista de Sonoma, também nos Estados Unidos. O desempenho não foi similar ao do primeiro encontro. Àquela altura, no entanto, um acordo já estava encaminhado para a disputa da temporada 2012 da Indy. Algo que fez com que Barrichello, que completa 40 anos em maio, precisasse vencer também um grande adversário: o receio da esposa Silvana com os perigosos circuitos ovais.

– A situação da Silvana era verdade, era uma coisa que havia prometido a ela. Imaginava correr 25 anos na F-1 e depois numa Stock Car, no Brasil. Muitas vezes, assistindo às corridas do Tony e do Felipe Giaffone, víamos algumas batidas e ela me fez prometer que não faria isso. Tenho que agradecer a ela, pois foi daí que se desenvolveu o negócio – confessou.

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