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Alunos de Palmeira dos índios vão expor trabalho sobre acessibilidade em SP

Estudantes de todo o país estarão participando do evento com 342 projetos na USP

Valdir Rocha

Valdir Rocha

No período de 13 a 15 de março próximo, no Campus da Universidade de São Paulo (USP), durante a realização da 10ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), as alunas Mayane Gonçaves e Taiana Araújo, da Escola Estadual Humberto Mendes, de Palmeira dos Índios, estarão representando Alagoas com o projeto “Acessibilidade das Pessoas com Deficiência nas Escolas de Palmeira dos Índios-AL”.

A 10ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia acontece nas dependências da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), contará com 324 projetos desenvolvidos por 743 jovens talentos oriundos de escolas públicas e privadas de ensino fundamental (8ª e 9ª anos), médio e técnico de todas as regiões do País.

Os projetos, a exemplo das edições anteriores, oferecem soluções alternativas – muitas vezes inovadoras – para problemas da sociedade, e este ano foram selecionados 1.505 trabalhos. E mais uma vez Alagoas estará representada por alunos da rede estadual de Arapiraca, Lagoa da Canoa e Palmeira dos Índios.

Para a concepção do projeto, as estudantes Taiane e Mayane tiveram a percepção da necessidade de acessibilidade tanto nas escolas públicas, como na rede particular do município de Palmeira dos Índios. Para tanto, fizeram um mapeamento de todas as necessidades arquitetônicas da cidade, onde contaram com a orientação do professor Edmilson Sá, que é cadeirante.

“Verificamos que o nosso professor Edmilson, portador de deficiência, para fazer o trajeto entre a sua residência à escola precisa de 15 minutos, onde o mesmo percurso poderia ser feito em apenas 5 minutos, caso não houvesse que vencer tantas dificuldades nas vias públicas”, observam as estudantes.

Segundo Mayane, as dificuldades do professor não são maiores porque a Escola Humberto Mendes já dispõe de projeto de acessibilidade que facilita sua ida às salas de aulas, corredores e áreas de lazer. “A proposta do nosso projeto é para que as pessoas com algum tipo de deficiência se sintam mais independentes e também se propõe a facilitar a vida de todos”.

Para Taiana Araújo, o projeto de acessibilidade visa, sobretudo, mostrar para o país e para o mundo que é possível encontrar solução para as pessoas que apresentam qualquer tipo de deficiência. “Nossa esperança é que o referido projeto possa sair do papel, independentemente se será vencedor ou não”.

As duas alunas da rede estadual de ensino de Palmeira dos Índios tiveram a visão para a elaboração do projeto sobre o tema acessibilidade, desenvolveram a pesquisa, produziram um vídeo que será apresentado no evento, criaram um blog (cidadeseacessibilidadeblogspot.com) e ainda envolveu o professor Edmilson como objeto e fonte do trabalho.

Edmilson Sá, leciona há dez anos na Escola Estadual Humberto Mendes e, além do objeto de pesquisa, é também o orientador da alunas no projeto. O trabalho da equipe foi iniciado em julho de 2011 e concluído no mês de novembro, dias antes do prazo final para inscrição no evento.

“O trabalho de pesquisa desenvolvido pelas dedicadas alunas Taiana e Mayane se destaca em relação aos outros trabalhos inscritos pelo seu ineditismo. Essa é uma característica marcante e já teve o reconhecimento da organização do evento”, reconhece o professor e orientador Edmilson Sá.

O projeto “Acessibilidade das Pessoas com Deficiência nas Escolas de Palmeira dos Índios-AL”, que sai de Alagoas para o mundo, contém 30 páginas, tem uma linha de raciocínio diferenciada e propõe que as cidades sejam planejadas para todo tipo de pessoas, independente das suas dificuldades.

“As pessoas com deficiências querem ser tratadas como normais, como cidadãos e não com privilégios”, definem as autoras do projeto Mayane Gonçalves e Taiana Araújo, confiantes na conquista do prêmio máximo.

A 10ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) vai reunir mais de 700 alunos das redes pública e privada de ensino de todo o país, e a expectativa de público visitante é superior a 500 mil pessoas.