Os camponeses chegaram, como se diz popularmente, “de mala e cuia”.
MST saindo do IBAMA e se dirigindo para a Eletrobras
Em adesão à mobilização nacional do Movimento Sem terra (MST), cerca de 1200 famílias oriundas de assentamentos do interior de Alagoas chegaram a Maceió no início da tarde desta quinta-feira, 8, e ocuparam o prédio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), no bairro do Farol. Os camponeses chegaram, como se diz popularmente, “de mala e cuia”, trazendo sacos de feijão e farinhas, entre outros mantimentos, dispostos a ficar acampados por tempo indeterminado.
Eles continuam reivindicando melhorias nos assentamentos, e assentamento para as famílias sem-terra que vivem em acampamentos no interior do Estado, além de reivindicações direcionadas ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Governo do Estado, a exemplo da legalização das terras do antigo Produban, que já foram destinadas à reforma agrária.
Antes mesmo de montar acampamento, os sem-terra seguiram em caminhada até a sede da Eletrobras, no Farol, onde prometem ficar até que uma comissão seja recebida pela direção da empresa. Eles reclamam que nos assentamentos há uma grande deficiência no fornecimento de energia elétrica. “A energia é instável e constantemente a energia fica oscilando o que acaba queimando nossos poucos aparelhos eletroeletrônicos”, reclamou a camponesa Margarida da Silva, do assentamento Milton Santos, em Atalaia.
Ela destaca que o dia de hoje não foi escolhido para comemoração, mas para luta contra as desigualdades sociais, que atingem as mulheres pobres do campo. “Enquanto muitos comemoram a evolução da mulher e suas conquistas pelo mundo, nós mulheres do campo continuamos sofrendo preconceito social. Muitas de nós morrem todos os dias sem serem lembradas pela sociedade”, desabafou Margarida.
As famílias ainda não sabem quanto tempo ficarão na capital e ainda planejam que outros locais serão ocupados nos próximos dias.
A Eletrobras Distribuição Alagoas recebeu mulheres ligadas ao Movimento Sem Terra (MST), na tarde desta quinta-feira e se comprometeu a montar um plano de ação para atender as reivindicações das agricultoras.
Na próxima quarta-feira (14), será definido o cronograma de trabalho e traçadas as prioridades para o atendimento a localidades que passaram por ampliação e a novos assentamentos. As representantes do movimento apresentaram uma pauta com solicitações para 28 assentamentos alagoanos.
As integrantes do MST passarão a noite no prédio da Eletrobras Distribuição Alagoas e deixarão o local amanhã pela manhã.