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Caso Nivaldinho: acusado diz que crime foi vingança

O acusado destacou que um taxista orientou a quadrilha como chegar até a vítima e entrar na fazenda da família do deputado.

Railton Teixeira/Alagoas24horas

Anderson Santos, o Galego

O acusado do atentado contra o filho do deputado estadual Antonio Albuquerque (PTdoB), Nivaldo Albuquerque, confessou ser o autor dos disparos e disse que o crime foi motivado por vingança. A confissão ocorreu na tarde desta sexta-feira, 9, durante a apresentação de três acusados de realizar assaltos no agreste e sertão alagoanos, incluindo uma delegacia e a casa da prefeita de Santana do Ipanema, Renilde Bulhões.

Anderson Santos da Cruz, conhecido como ‘Galego’, de 25 anos, apontado pela Polícia Civil como o cabeça da quadrilha, confessou a imprensa que foi até a fazenda do deputado Antonio Albuquerque, na noite do dia 3 de fevereiro, para se vingar de uma confusão que ocorreu em uma festa na Praça Ceci Cunha, em Arapiraca.

“Fui até a fazenda para me vingar dos tapas que o Nivaldinho tinha dado em minha cara. Mas ele estava com uma pistola e para não morrer eu efetuei os disparos contra ele. Só atirei nele para não morrer e não tinha a intenção de matá-lo”, confessou Galego.

Ainda de acordo com o acusado, a quadrilha só chegou até a fazenda do deputado graças a informações repassadas por um taxista, Jormário, que dava as orientações ao bando e era amigo da família do deputado.

“Quem conhecia toda a fazenda e como a gente chegaria até o Nivaldinho era o taxista. Ele era amigo de toda a família e foi ele que nos passou todas as informações”, apontou o Anderson Santos, destacando que não tem medo de uma possível vingança. “Quando chega a hora da morte temos que morrer”.

Crimes no interior

Anderson Santos confessou à imprensa, durante a coletiva de apresentação, que efetuou todos os crimes dos quais a quadrilha é acusada na região, mas disse que o ‘cabeça’ do bando era o taxista. “Eu não sou de Alagoas, nem conheço todas essas áreas. Quem nos apresentava as coordenadas era o taxista. Era ele que dizia o que era que tínhamos que fazer e aonde ir, até o assalto da casa da prefeita foi ele”, confessou.

Ainda de acordo com Galego, o bando tinha dois meses de existência e não roubava objetos de valores, apenas veículos que eram utilizados na fuga e armas. Contrapondo as declarações da polícia, que destacou durante a coletiva que o bando também roubava de objetos de valores e joias, apreendidos pela polícia.

Roubo a delegacia

Em relação ao roubo ocorrido na Delegacia de Pão de Açúcar, Anderson afirmou: “Foi um policial militar que nos orientou a roubar a delegacia”, disse, deixando o Delegado Geral de Polícia Civil, José Edson, surpreso com a declaração.

“Não sabíamos que ele era policial, quando chegamos na residência dele, onde efetuaríamos um assalto, ele nos disse que era militar e para não morrer nos orientou a roubar a delegacia, onde tinha duas armas de grande porte, drogas e dinheiro. Quando chegamos lá nos deparamos com aquele arsenal”, declarou.

O acusado apenas não confessou o nome do policial, mas declarou que a intenção do bando não eram as armas, tanto que abandonou o veículo com as armas na mala.