Parlamentares municipais afirmam que problema é antigo, demonstrando incompetência e insensibilidade
Os vereadores de Maceió utilizaram a tribuna da Câmara Municipal, durante a sessão de hoje (27), para criticar duramente a falta d’água no Instituto Médico Legal (IML). A discussão foi levantada pelo presidente da Casa, Galba Novaes (PRB).
Ele apresentou o balanço, divulgado na imprensa, do número de assassinatos ocorridos na capital, durante o último fim de semana. “Foram 23 homicídios e como é que num IML pode faltar água?”, indagou Novaes. “E os procedimentos de todos esses corpos? Como é que são realizados sem água? A direção do Instituto alega que o problema é na bomba, mas essa história existe há mais de dois anos. A gente vê tantos milhões sendo desviados e não tem dinheiro para uma bomba que custa, em média, R$ 300,00?”, completou.
Galba Novaes questionou ainda se não existe uma bomba reserva ou um contrato com carros-pipa, já que o problema é corriqueiro. “O governo está falando em construir um novo IML, no local onde fica hoje campo do Cruzeiro, localizado no Tabuleiro do Martins. Esse campo existe há mais de 50 anos e é a única opção de lazer do bairro, que não possui, sequer, uma praça pública. Será que não tem outro local para construir o instituto e deixar a área para uma praça de eventos e prática de esporte?”, observou.
Em aparte, o vereador Oscar de Melo (PP) declarou que o péssimo serviço de abastecimento de água da Casal não é um “privilégio”somente do IML. “Faltar água se tornou rotina em toda a cidade e a Casal não apresenta solução. No IML não existe um plano B. Os corpos ficaram do lado de fora ou dentro do rabecão na porta do IML, por não conseguirem liberar, devido a falta d’água. Isso é muito sério. É revoltante”, frisou.
A vereadora Heloísa Helena (PSOL) disse a situação do IML é muito grave e que não é a primeira vez que falta água no local. “Essa história de dizer que a bomba parou de funcionar é antiga. Se for isso, nós, cidadãos, compraremos várias bombas e colocaremos na porta do IML. Tem anos que isso acontece. É uma demonstração de insensibilidade e incompetência inaceitável”, criticou.
O vereador e pastor João Luiz (DEM) mandou um recado ao governo do Estado. “Se o problema da falta d’água no IML for a bomba, então já está resolvido, pois já conseguimos duas bombas para o local. Eu e a Heloisa Helena estamos doando uma, cada um”, garantiu.
João Luiz acrescentou que o problema do IML de Maceió não se resume a falta de água. "A fossa também é outro problema", declarou. Ele relatou que falta estrutura no atendimento da saúde em geral e que não há um único motivo sequer para serem feitos elogios ao governo do Estado. "São só críticas. É essa a Alagoas em que estamos vivendo", protestou o vereador do DEM.
Galba Novaes mostrou uma manchete de jornal que dizia: “Policiais fardados em transporte público correm risco de morte”. “Isso é uma situação degradante e humilhante. A violência está tão banalizada que hoje é um risco estar em qualquer local”, salientou.
Servidores da Saúde
Ainda durante a sessão de hoje, foi lido em regime de urgência o projeto de lei, elaborado com base no Termo de Ajuste de Conduta da Procuradoria Regional do Trabalho, que altera a carga horária dos técnicos de higiene dental e dos atendentes de consultório dentário.
Os servidores estiveram na Casa de Mário Guimarães e acompanharam a leitura do projeto. Eles alegam que são servidores efetivos e entraram para trabalhar 30 horas por semana, mas foram incluídos no Programa de Saúde Familiar, que exige 40 horas de trabalho.
Desta forma, os servidores trabalhavam dez horas a mais e recebiam a diferença em uma folha complementar. Com o projeto, a alteração de 30 para 40 horas semanais vai permitir que tudo seja contado para benefícios do INSS e aposentadoria.
Os vereadores aprovaram uma moção de congratulação ao promotor de Justiça, Marcos Rômulo, pelo artigo “A licitação é uma idéia falida”. A homenagem foi proposta pelo vereador Galba Novaes.
Definido também os presidentes e relatores das Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) da Violência e da Transpal. A primeira tem como presidente o vereador Ricardo Barbosa (PT) e como relator o vereador Marcelo Malta (PCdoB). A segunda tem como presidente o vereador Paulo Corintho (PDT) e como relator Ricardo Barbosa.