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Conselho de Direitos Humanos se recusa a discutir mortes de policiais

Encontro foi cancelado sem nenhuma justificativa.

Alagoas24horas/Arquivo

Encontro foi cancelado sem nenhuma justificativa

As mortes de policiais nos últimos meses têm revoltado os militares alagoanos. Na tentativa de buscar soluções para a insegurança do estado, as associações militares solicitaram uma reunião com o Conselho Estadual de Direitos Humanos, mas o encontro – previsto para a manhã desta quarta-feira, 11 – foi cancelado sem nenhuma justificativa. Na reunião, os militares discutiriam ainda o Código de Ética da Polícia Militar, que é considerado um retrocesso pela tropa.

Segundo o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (ASSMAL), sargento Teobaldo de Almeida, a reunião foi requerida através de ofício pelo advogado Pedro Montenegro, militante dos Direitos Humanos. Porém, o pedido não foi atendido pelo presidente do Conselho Fernando Teles. “É preocupante ter um Conselho de Direitos Humanos que não mostra interesse nos problemas relacionados à violência. Vivemos em um momento crítico e precisamos que o conselho interfira na situação. A Comissão de Direitos Humanos tem que mostrar seu papel diante dos profissionais de segurança pública. Ficamos ressentidos pela omissão do presidente do Conselho”, afirmou o militar.

Em menos de dois meses, quatro policiais militares foram mortos em Alagoas. O primeiro crime aconteceu em fevereiro quando o sargento da reserva Jorge Carlos Pereira Rodrigues, 55, foi assassinado a tiros ao sair de uma agência bancária no Farol. No dia 15 de março, o soldado Valter de Sá Carvalho também foi executado. Ele estava dentro de um micro-ônibus em Atalaia quando foi atingido pelos disparos. Em menos de 15 dias, outro policial foi morto. Desta vez, o crime aconteceu na Santa Lúcia e vitimou o sargento Cícero Soares de Melo.

O quarto crime aconteceu na segunda-feira, 02 de abril. O tenente da reserva Manoel Cavalcante da Silva, 56, foi morto a tiros dentro de um ônibus intermunicipal em Campo Alegre.

Devido à onda de violência e o Código de Ética arbitrário, os militares realizaram um apitaço nas ruas do Centro de Maceió no início do mês. As lideranças militares pedem a não aprovação do Código de Ética pelos deputados estaduais e regulamentação do Serviço Extra Voluntário (SEV), que prevê acabar com os “bicos” para empresas privadas.