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Com queda de juros, rendimento da poupança fica mais atrativo

Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar a taxa pela sexta reunião seguida, colocando o patamar em 9% ao ano.

Com mais um corte na taxa básica de juros (Selic), o rendimento da poupança leva vantagem em 16 de 20 comparações com fundos de renda fixa feitas pela Associação Nacional de Executivo de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar a taxa pela sexta reunião seguida, colocando o patamar em 9% ao ano.

Segundo o diretor de estudos da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, a vantagem da caderneta vem do ganho garantido por lei de 6% ao ano (acrescido da Taxa Referencial). "(O rendimento) não sofre qualquer tributação diferentemente dos fundos de renda fixa que possuem tributação do imposto de renda sobre seus rendimentos, sendo maior esta tributação quanto menor for o prazo de seu resgate além de ter cobrança da taxa de administração cobrada pelos bancos", afirmou em nota.

A entidade fez simulações com diferentes prazos de resgate, já que a aplicação em renda fixa está sujeita a tributação regressiva de Imposto de Renda, de 22,5% para resgate em até seis meses a 15% para quem sacar o dinheiro depois de dois anos. Além disso, a Anefac considerou cinco patamares de taxas de administração (de 0,5% a 2,5%) cobradas pelos bancos para aplicações em renda fixa.

A rentabilidade mensal da poupança foi considerada em 0,54% ao mês. No estudo, somente nos casos de taxa de aministração de 0,5% e com resgate entre seis meses e dois anos a rentabilidade dos fundos foi superior a da poupança. "Quanto menor o prazo de resgate da aplicação bem como quanto maior for a taxa de administração cobrada pelo banco maior vai ser a vantagem da poupança frente aos fundos", afirmou a Anefac.

Efeito
Segundo a associação, o efeito da queda da Selic no bolso do consumidor será pequeno. Com a redução de 0,75 ponto percentual, o financiamento de uma geladeira de R$ 1.500, parcelada em 12 vezes, passa a ter juro mensal médio de 4,81%, com parcelas de R$ 167,43 (R$ valor final – R$ 2.009,15). O valor da parcela caiu apenas R$ 0,57 e o valor total apresentou queda de R$ 6,84.

Já as taxas cobradas por um financiamento de 60 parcelas de um automóvel orçado em R$ 25 mil passaram de 1,97% ao mês para 1,91% ao mês. Com isso, o valor da parcela passou de R$ 713,98 para R$ 703,61 com a Selic em 9%. O valor total passou de R$ 42.839,08 para R$ 42.216,79. Assim, a queda da Selic trouxe um desconto de R$ 10,37 em cada parcela e de R$ 622,29 no valor total do veículo tido como exemplo.

Confira a queda nas taxas médias cobradas (ao mês)
Juros do comércio – de 4,87% para 4,81%
Cartão de Crédito – de 10,69% para 10,63%
Cheque Especial – de 8,34% para 8,28%
CDC Bancos (Financiamento de Veículos) – 1,97% para 1,91%
Empréstimo Pessoal – Banco – de 3,84% para 3,78%
Empréstimo Pessoal – Financeira – de 8,26% para 8,20%