Reivindicação é pelo reajuste linear de 22,08%.
Os professores e técnicos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vão
parar suas atividades durante esta quarta-feira (25). Eles reivindicam
um reajuste linear de 22,08% para todos os servidores públicos federais
(SPF’s), entre outros itens da campanha salarial de 2012 e protestam contra o descaso do governo em relação à pauta de reivindicação que vem sendo apresentada desde 2011. .
“Entre 2011 e 2012, o governo não fez nenhuma correção em nossos
salários; nem sequer referente às perdas inflacionárias. Para se ter uma
idéia, os docentes iniciam a carreira com um vencimento básico de apenas R$ 557,51 para um contrato de 20 horas, portanto abaixo do salário mínimo vigente”, expõe o professor Antonio Passos, presidente da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal).
O que os servidores estão reivindicando está determinado na Constituição Federal que em seu artigo 37, inciso X, assegura revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices a todos os trabalhadores do serviço público.
Construída em conjunto com os SPF’s, a pauta de reivindicações de 2012, além do reajuste linear, é composta por eixos como a definição da data- base em 1º de maio; política salarial permanente com reposição inflacionária, cumprimento dos acordos firmados; supressão dos artigos 86 e 87 do PL 2203/11 que mudam os níveis de insalubridade/periculosidade; e a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.
Amargando perdas de quase 40% em seu poder de compra, os professores cobram o pagamento do acordo emergencial de agosto de 2011, cuja vigência foi definida para março de 2012 e não aconteceu. Ainda referente às negociações de 2011, a categoria acompanha e aguarda as definições do grupo de trabalho (GT) sobre a reestruturação da carreira que faz, nesta quarta-feira (25), mais uma reunião, em Brasília.
“A categoria está cansada de esperar. Essa paralisação de hoje (25), a
exemplo da que ocorreu na quinta-feira (19), demonstra a insatisfação
dos servidores públicos do País diante da falta de uma política salarial
para o setor público”, observa Antonio Passos. Segundo ele, novas
paralisações deverão ser realizadas. “Temos indicativo de greve por tempo indeterminado para 15 de maio”, adverte.
Na opinião do 1º vice-presidente do Associação Nacional
dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, (Andes/SN), Luiz
Henrique Schuch, o governo tem sido muito duro nas negociações com os servidores. “Estamos sendo convocados para pagar pelo ajuste imposto pela crise internacional. O governo tem negado o nosso reajuste, mas tem destinado metade do orçamento para o pagamento de juros e encargos da dívida federal e concedido vários benefícios tributários ao empresariado nacional”, critica o dirigente.
A partir da 7h, professores e técnicos da Ufal têm concentração marcada em frente ao Campus A.C. Simões, no Tabuleiro, ao som da Banda de Pífano Flor do Nordeste.
Formada pelos músicos Walderckson, na zabumba; Biu, no tarol; José Fábio dos Santos, no prato e Renildo no pífano. Tipo esquenta muié, a banda é a mesma que animou estudantes e docentes na última quinta (19).