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OAB Sergipe pede rigor em investigação de mortes em hospital

Em nota oficial, OAB relembra outro caso de abuso da força policial. Tenente da PM pode responder por triplo homicídio qualificado.

TV Sergipe

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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe, Carlos Augusto Monteiro Nascimento, divulgou na tarde deste sábado (28) uma nota oficial em que pede rigor na investigação das causas que levaram a morte de quatro pessoas dentro de um hospital público de Araacaju.

Após assalto e troca de tiros na avenida Santa Gleide, na Zona Norte da capital, o irmão de um Policial Militar (PM), um suspeito do crime e outro homem que foi atingido por uma bala perdida foram levados para o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse).

Lá, o tenente da PM recebeu a notícia da morte do irmão e resolveu se vingar. Ele é apontado como autor de vários disparos que ocasionaram a morte de três pessoas que estavam na sala de sutura da ala verde do hospital.

Outros casos
Na nota, a OAB lembra outros casos onde pode ter acontecido abuso da força policial, entre eles a do desaparecimento de um adolescente de 16 anos após operação que resultou na morte de outras três pessoas no município de Japoatã, em Sergipe. O corpo do rapaz foi encontrado quase duas semanas depois do ocorrido.

Carlos Augusto Monteiro destacou ainda as condições dos presídios do Estado de Sergipe, o preparo dos policiais para agir em situações extremas e colocou-se à disposição para discutir soluções para estes problemas.

Nota oficial
“De extrema gravidade o triste episódio registrado na noite de sexta-feira (27). Uma verdadeira tragédia. A OAB/SE em nome da sociedade civil exige rigorosas providências do Governo do Estado de Sergipe, da Secretaria de Segurança Pública, da Policia Militar e da Secretaria de Estado da Saúde. Objetivando a urgente apuração dos fatos, delimitando, pormenorizadamente a responsabilidade de todos os envolvidos na ocorrência.

Quando a OAB/SE defende a preservação dos Direitos Humanos, quando cobra rigorosas apurações , a exemplo do caso do adolescente Jonatan, que ainda indica e permanece a suspeita de sua execução por policiais, busca exatamente que situações como essa não mais ocorram, pois ao contrário estaríamos avalisando e autorizando a banalização da violência, deixando toda sociedade desprotegida e vulnerável às ações de policiais despreparados e/ou que sofrem de problemas psicológicos. Já chegou a hora do Governo do Estado chamar a feito à Ordem, e cobrar de seus agentes urgentes providências para uma mudança de comportamento e ações.

Em menos de um mês já denunciamos o precário estado das nossas penitenciárias, do caso do adolescente Jonatan, que não é o único, e o drama que permanece diuturnamente e permanentemente à saúde pública no Estado. Ao mesmo tempo, finalizamos que estamos abertos para participar de toda e qualquer discussão na busca da minimização ou solução de todos os problemas”.
Carlos Augusto Monteiro Nascimento
Presidente da OAB/SE