Professor era vereador por Anadia.
Dirigentes da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas(Adufal) e representantes do Programa Ufal em Defesa da Vida, amigos e familiares do professor do curso de medicina da Ufal e vereador de Anadia, Luiz Ferreira de Souza, assassinado em 03 de setembro de 2011, estenderam faixas e distribuíram panfletos com manifesto, na manhã desta sexta-feira (27), em frente ao Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, durante o depoimento de testemunhas de acusação do caso, na 17ª vara criminal.
Os professores vêm acompanhando o processo como forma de denunciar o crime e pedir celeridade à justiça. “Acreditamos que o caso está sendo bem conduzido, mas estamos acompanhando todo o desenrolar do processo, conclamando a sociedade a fortalecer nossa luta por justiça para todos e para que o caso seja elucidado e o julgamento dos assassinos desse crime bárbaro seja feito o mais rápido possível”, disse o vice-pesidente da Adufal e professor do curso de engenharia da Ufal, Marcio Gomes Barboza.
“A justiça não pode deixar impune um crime hediondo que tirou a vida de um pai de família, um profissional que teve sua vida marcada pelo compromisso com a educação e a saúde e sempre agiu em defesa dos interesses de vários segmentos excluídos da sociedade”, registra o manifesto assinado pela Adufal e o Programa Ufal em Defesa da Vida.
“É muito duro o momento em que contatamos com a dor da perda de uma pessoa querida, uma pessoa que foi golpeada covardemente e que deixa para sempre a saudade e a certeza de que nem a justiça sendo feita resgatará essa vida que foi perdida. É muito triste!” lamentou a coordenadora do Programa Ufal em Defesa da Vida, professora do curso de Sociologia da Ufal, Ruth Vasconcelos.
Em respeito à dor sentida por amigos e familiares das vítimas da violência no Estado de Alagoas e como forma de protestar contra o elevado índice de assassinatos cometidos nos últimos anos, o Programa Ufal em Defesa da Vida vai realizar o seu 11ª Ato, cujo tema “As vítimas de violência em Alagoas: a dor que os números não revelam”, busca resgatar as histórias das vítimas e homenageá-las com a plantação de mudas de árvores nativas nos campi de Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia. As solenidades vão acontecer nos dias 13, 14 e 15, respectivamente, a partir das 9h. Cada planta receberá o nome de uma pessoa morta e os espaços passarão a se chamar Bosque em Defesa da Vida. No horário da tarde, às 14h haverá mesa-redonda sobre os efeitos da violência na vida de amigos e familiares das vítimas fatais.
Emboscada – Luiz Ferreira de Souza será um dos homenageados no Bosque em Defesa da Vida, no Campus A. C. Simões, no Tabuleiro. O querido professor do curso de medicina da Ufal foi assassinado numa emboscada em que os criminosos simularam a situação de uma pessoa passando mal na estrada e ele, na condição de médico, parou o carro para prestar socorro. O crime aconteceu após a vítima ter participado de um programa de rádio, em Maribondo, em que anunciara que seria candidato a prefeito de Anadia.
O inquérito policial, feito por três delegados, apresentou provas de que se tratou de um crime com motivação política e acusou como mandante a então prefeita de Anadia, Sânia Teresa Barro e mais seis pessoas. Dos sete acusados, seis estão presos, entre eles a ex-prefeita, o marido dela, Alessander Barros e o primo, Cláudio Magalhães, sargento da Polícia Militar. Os sete já foram denunciados pelo Ministério Público como autores materiais e intelectuais do crime.
Programa Ufal em Defesa da Vida – é uma iniciativa das coordenações de Política Estudantil e de Ações Acadêmicas da Pró-Reitoria Estudantil (Proest) da Ufal. Seu primeiro ato foi realizado em dia 02 de abril de 2009, no espaço da Avenida Central da universidade, onde foi instalado um grande varal onde foram estendidas 2.064 camisas representando simbolicamente as 2.064 vítimas de violência letal em Alagoas, no ano de 2008