Segundo o juiz da 3ª Vara Criminal da Capital, Everaldo Pereira poderá responder a processo por falsidade ideológica.
O ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, Everaldo Pereira dos Santos, de 47 anos, prestou depoimento nesta quinta-feira, 3, ao juiz Carlos Henrique Pita, titular da 3ª Vara Criminal da Capital por meio de carta precatória.
Everaldo, que não quis falar com a imprensa, chegou ao Fórum do Barro Duro escoltado por agentes penitenciários e acompanhado do advogado Thiago Pinheiro. Seu depoimento foi acompanhado pelo promotor de Justiça Mario Augusto Martins que – assim como o juiz – representam a Justiça de Água Preta (PE).
Everaldo era integrante da conhecida gangue fardada, que atuava em Alagoas nos anos 90. Ele vivia em Santo André, no interior de São Paulo, com identidade falsa e só foi descoberto pela polícia quando sua filha, a adolescente Eloá Pimentel, 15, foi mantida em cárcere privado e, dias depois, morta pelo ex-namorado.
O caso aconteceu em 2008 e foi acompanhado pela mídia nacional. A Polícia de Alagoas não só reconheceu Everaldo, como iniciou buscas na tentativa de prendê-lo. Sua prisão ocorreu um ano depois, numa chácara localizada no Conjunto Eustáquio Gomes, no Tabuleiro do Martins, periferia de Maceió.
“Antes de viajar para Santo André, Everaldo teria procurado um cartório em Água Preta, em Pernambuco, e informado que havia perdido seus documentos para conseguir nova certidão com o nome Aldo José da Silva. Ele agiu de má fé e poderá responder a processo por falsidade ideológica. Pode ser até que esse Aldo José exista”, disse o juiz Carlos Pita.
Ainda segundo o magistrado, o depoimento de Everaldo será encaminhado para o juiz de Água Preta, que irá decidir se pede a prisão do acusado por mais esse crime. O juiz não soube informar onde Everaldo teria que cumprir a prisão, já que ele se encontra recluso no sistema prisional de Alagoas.