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Acusado de matar professor é condenado a 22 anos de prisão

A condenação de José Maria é um caso relativamente raro envolvendo crimes com motivação homofóbica.

O assassino confesso do professor Josué Antonio do Nascimento, José Maria da Silva, 26 anos, foi condenado a 22 anos de prisão pelo Tribunal do Júri e, julgamento ocorrido nesta quinta-feira, dia 3, na cidade de Paripueira. O crime ocorreu no dia 4 de dezembro de 2010, na cidade de Barra de Santo Antônio, durante uma bebedeira na residência da vítima.

Josué do Nascimento foi ferido a golpes de arma branca e chegou a ser encaminhado para o Hospital Geral do Estado, onde morreu devido à gravidade dos ferimentos. José Maria da Silva está recolhido há um ano e quatro meses no Presídio Cyridião Durval, onde deverá cumprir a pena.

No depoimento ao juiz Josemir Pereira, que presidiu o júri, José Maria confirmou ter matado o professor, mas alegou ter agido em legítima defesa, uma vez que Josué o teria obrigado a ser o agente passivo durante programa sexual, mediante pagamento de R$ 30,00. O crime ocorreu dentro da residência da vítima. À época, testemunhas chegaram a afirmar que o professor bebia na companhia de dois elementos, identificados como “Neto da Cachorrona” e “Galego”.

A condenação de José Maria é um caso relativamente raro envolvendo crimes com motivação homofóbica. Segundo o presidente do Grupo Gay de Alagoas, Nildo Correia, apenas nos quatro primeiros meses desse ano foram registrados nove assassinatos contra homossexuais. Destes casos, apenas um menor foi apreendido em flagrante após matar a pedradas uma travesti da cidade de Jequiá da Praia. “Na maioria dos casos não há nem suspeitos”, lamentou o representante da entidade.

Não há estatísticas oficiais sobre o número de casos levados a julgamento no Estado. No entanto, Alagoas foi considerado como um dos estados da federação em que se mata mais homossexuais. O último caso envolveu a tortura e execução de Eduardo Luiz Mello e do babalorixá Márcio Lira de Souza, que foram retirados de casa e mortos brutalmente. O crime está sendo investigado pelo 10º DP.