Senador pede mobilização de produtores e governadores para que lei seja sancionada
O senador Renan Calheiros, líder do PMDB, pede a mobilização dos produtores de cana-de-açúcar do Nordeste e a participação dos governadores da região no esforço para que a lei que garante o pagamento da subvenção de cana-de-açúcar aprovada no Senado Federal na última quarta-feira, 23, seja sancionada pela presidente Dilma. A subvenção beneficiará 23 mil produtores que, devido à seca, estão com dificuldade para renovação da safra.
“A presidente Dilma é sensível à subvenção, mas é preciso conversar também com a equipe do governo, mostrar a necessidade de sua aprovação, até porque nesse momento o produtor de cana do Nordeste enfrenta mais uma vez perdas e prejuízos por conta da seca. Vamos trabalhar nesse sentido, mas é fundamental a mobilização dos produtores e a participação dos governadores nesse esforço”, defende o senador.
A continuidade do Programa de Subvenção da Atividade Canavieira foi incluída no Projeto de Lei de Conversão 11/2012, oriundo da Medida Provisória 554/2011, que autoriza a União a conceder subvenção econômica a instituições financeiras para contratação e acompanhamento de operações de microcrédito produtivo orientado e abre linha de crédito para o etanol.
O valor da subvenção, de R$ 5,00 por tonelada de cana, até o limite de 10 mil toneladas, é o mesmo da safra anterior e não deve passar de um desembolso de R$ 62 milhões. Apesar disso, a subvenção ganhará ainda mais importância sendo liberada nos próximos meses. Isso porque, além das diferenças de custo em relação ao Centro Sul (estimadas em 30%) os produtores nordestinos estão enfrentando o agravante da seca.
O presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), Lourenço Lopes, garante que da parte dos fornecedores não faltará mobilização. Ele agradeceu o empenho de Renan – “que teve uma participação decisiva na articulação para aprovação da matéria” – e disse que vai pedir a ajuda de toda a bancada federal e, principalmente, dos governadores de Alagoas e de Pernambuco.
Um levantamento feito pela Asplana nos canaviais alagoanos constatou que todas as regiões foram afetadas e a redução de produção na próxima safra deve ficar entre 15% e 20%. “Não tem mais recuperação. Choveu pouco nos últimos três meses. A cana está pequena demais. Agora, a chuva está chegando, mas como estamos no inverno, não tem mais luminosidade. Ou seja, não vai dar para recuperar as perdas dos últimos meses”, explica.
Para Lourenço Lopes, a única possibilidade das perdas serem menores é se chover acima da média nos meses de setembro e outubro, “porque nesse período teremos bastante luminosidade do sol e se cair água em boa quantidade, então poderemos recuperar alguma coisa“, enfatiza.