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Estudo de Viabilidade Econômica de Ostras será apresentado a parceiros e produtores

Pesquisa identifica a quantidade de ostras que devem ser processadas por mês para manter a Unidade de Depuração de Coruripe funcionando

Ascom Coruripe

Ascom Coruripe

No próximo dia 22 de junho, produtores de ostras dos municípios de Barra de São Miguel, Coruripe, Passo de Camaragibe e Porto de Pedras, além de técnicos e parceiros, participarão da apresentação do Estudo de Viabilidade Econômica da Produção de Ostras. A pesquisa, desenvolvida pelo consultor Roberto Grimaldi, teve como objetivo alcançar o ponto de equilíbrio produtivo e financeiro para a Unidade de Depuração de Ostras, implantada no município de Coruripe.

A ideia do estudo foi verificar, principalmente, a quantidade de ostras processadas que são necessárias por mês para manter a unidade funcionando, gerando renda para os produtores. Durante a apresentação, também serão mostrados os resultados dos R$500 mil investidos pela Agência Espanhola de Desenvolvimento (AECID), um dos parceiros na implantação da depuradora.

De acordo com Roberto Grimaldi, foram analisados nove cenários levando em conta a capacidade de funcionamento da unidade de depuração e o valor de comercialização da dúzia da ostra. Entre os cenários mais favoráveis para os produtores, os que podem ser destacados são aqueles em que a depuradora funciona com 100% da capacidade, com 80% e 50%, e a dúzia da ostra sendo comercializada a R$ 12,00, R$ 10,00 ou R$ 9,00 em cada um dos casos.

“Para chegar às possibilidades viáveis, consideramos os gastos fixos e variáveis. Sendo assim, concluímos que a 100% da capacidade a unidade depura, por mês, 9.100 dúzias de ostras; se cada dúzia for comercializada a R$ 12,00, eles terão o melhor cenário financeiro”, explica Roberto.

Ainda segundo o consultor, os outros cenários, apesar de não serem tão positivos, também podem funcionar. “O único que não é possível de ser aplicado é o com a unidade funcionando com 50% da capacidade, o que significa depurar 4.550 dúzias por mês, vendendo-as por R$ 9,00”, ressalta.

Para Manoel Ramalho, analista da Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócios do Sebrae Alagoas, esse estudo vai levar dados concretos aos produtores, mostrando-os de forma clara e objetiva o que é necessário ser produzido. “Isso é importante porque fará com que os ostreicultores entendam exatamente o que eles precisam produzir para que a unidade seja viável. É um estímulo para eles, porque terão metas a cumprir”, ressalta.

Estarão na apresentação, que será realizada a partir das 8h na sede do Sebrae Alagoas, em Maceió, representantes do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), da Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura (Sepaq), da AECID, do Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS) e da Prefeitura de Coruripe, além dos ostreicultores.

Unidade de Depuração de Ostras
A Unidade de Depuração e Beneficiamento das Ostras foi criada, principalmente, para higienizar a produção e evitar a contaminação desse molusco. A depuração nada mais é do que a exposição das ostras vivas, limpas e em bom estado, à água do próprio ambiente, previamente submetida a um processo de purificação. Nesse processo, as ostras filtram a água tratada, eliminando todas as impurezas contidas no seu interior, tornando-se, assim, totalmente seguras para o consumo.

Para a depuradora de Coruripe, o Governo do Estado, através da Sepaq, indicará o gestor do espaço e custeará seu salário até que a unidade esteja gerando lucros; além dos R$500 mil já investidos pela AECID, a instituição fornecerá mais R$200 mil, que, entre outras coisas, também servirão para investir no treinamento dos que forem trabalhar no manuseio das máquinas da unidade; já o IABS é o executor do projeto, enquanto que a Prefeitura de Coruripe cedeu o terreno para a construção da unidade.

Um outro passo que será dado pelos ostreicultores é a formação de uma cooperativa, que permitirá que a produção seja em larga escala. Esse processo envolve formalização e capacitação através de cursos e treinamentos, que serão viabilizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo em Alagoas (Sescoop/AL) em parceria com o Sebrae Alagoas.

A cooperativa dos produtores de ostras será composta por 33, integrantes de quatro grupos de ostreicultores, que são dos municípios de Barra de São Miguel, Coruripe, Passos de Camaragibe e Porto de Pedras.