Até as 18h30 desta quinta-feira, 14, o juiz ainda estava lendo a sentença, na qual estipulou pena de 17 anos e seis meses para ambos os crimes.
O juiz José Braga Neto condenou o agropecuarista José Laelson Rodrigues de Melo, conhecido como Laércio Boiadeiro, a 35 anos de prisão pelo assassinato do ex-prefeito de Batalha, José Rodrigues Dantas, o Zé Miguel, 57 anos, e da mulher dele, Matilde Tereza Toscano de Souza, 30, crime ocorrido em março de 1999. Até as 18h30 desta quinta-feira, 14, o juiz ainda estava lendo a sentença, na qual estipulou pena de 17 anos e seis meses para ambos os crimes.
Laércio Boiadeiro já havia sido condenado em julgamento anterior, realizado em 2008, a 39 anos e 11 meses em regime fechado, mas o julgamento foi anulado. O primeiro júri ocorreu na cidade de Major Isidoro e foi desaforado para a capital. O julgamento acontece na manhã desta quinta, 14, no Fórum do Barro Duro e é presidido pelo juiz José Braga Neto.
Boiadeiro foi libertado em abril de 2010, pelo desembargador Orlando Manso, que entendeu haver falhas no processo.
Durante seu depoimento, Laércio Boiadeiro, voltou a negar envolvimento com o crime. Sua defesa, representada pelo advogado Raimundo Palmeira, tentou desqualificar o depoimento de Cícero Bala, que apontou Boiadeiro como autor dos disparos. Segundo a defesa, este depoimento foi obtido mediante agressão. Palmeira chegou a afirmar que o ‘Ministério Público compactuou com a tortura’.
Já a acusação, que tem à frente o promotor Flávio Gomes da Costa e o assistente de acusação Welton Roberto insistiu na tese de que o crime foi premeditado e teve motivações políticas, uma vez que Zé Miguel era ex-prefeito de Batalha e Laércio Boiadeiro havia sido vereador. “O conselho de sentença precisa acabar com os crimes de mando em Alagoas”, defendeu a acusação.
Zé Miguel foi executado dentro do seu veículo, quando seguia de Batalha para a sua propriedade, em Jaramataia, após participar de uma festa. O ex-prefeito estava na companhia da mulher e foi atingido por mais de 20 disparos de arma de fogo em um trecho da AL 220.
Durante o primeiro julgamento, Laércio Boiadeiro disse que estava fora do Estado no dia do crime e soube do duplo homicídio pelo noticiário. O crime abalou a região sertaneja do Estado, uma vez que envolvia famílias tradicionais.