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Cega de um olho e sem uma perna, vida de Gracinha é acompanhada da sanfona

Pelos banquinhos da quadra onde mora, na 314 Norte, faz ecoar o som de seu instrumento de manhãs e à tarde, quando a paisagem fica mais silenciosa.

Correio Braziliense

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Dona Gracinha e sua sanfona já percorreram locais do DF e do Entorno para mostrar o que há de melhor no forró pé de serra. É uma mulher prosa, cujo maior prazer na vida é tocar. Pelos banquinhos da quadra onde mora, na 314 Norte, faz ecoar o som de seu instrumento de manhãs e à tarde, quando a paisagem fica mais silenciosa.

Cega de um olho e vítima de um acidente que lhe tirou uma perna, ela busca fazer da vida uma trajetória simples, marcada pela felicidade. Aos que passam e não conseguem desviar o olhar, dona Gracinha dá lições de vida sem nem mesmo tentar.

Em 11 de fevereiro de 1948, no Dia de Nossa Senhora das Graças, nasceu Maria Vieira da Silva. Foi lá em Floriano, município localizado no sul do Piauí. Homenagem à santa, Maria virou Graça, passou por Gracinha, até se tornar dona Gracinha, como é hoje, aos 69 anos.

Acometida por um problema de visão que a impede de enxergar do olho direito desde o nascimento, ela não pôde estudar. O infortúnio da vida, em troca, lhe deu um dom musical. Logo quando era criança, foi apresentada à sanfona e dela nunca mais largou.