Na primeira descida, Ana Sátila ficou na 21ª e última posição na disputa da canoagem K1 na Olimpíada de Londres..
De uma pequena cidade do Mato Grosso e financiada pelo pai pedreiro, Ana Sátila teve uma carreira precoce. Chegou aos Jogos Olímpicos com 16 anos, ganhou o status de caçula da delegação brasileira e foi ainda a primeira atleta do país a pisar na Vila Olímpica. Nesta segunda-feira, uma situação inusitada fez com que a jovem esportista fizesse uma comemoração também prematura, mas no fim, apesar de satisfeita, Ana acabou fora das semifinais da categoria K1 da canoagem por só uma posição.
Na primeira descida, Ana Sátila ficou na 21ª e última posição na disputa da canoagem K1 na Olimpíada de Londres. Mas com um desempenho melhor na segunda vez (vale a melhor pontuação), a mais jovem atleta da delegação brasileira com apenas 16 anos comemorou como uma medalha e viveu a expectativa de ir às semifinais, onde acabou fora por apenas uma posição.
Das 21 atletas, 15 avançaram para as semis que serão disputadas na quinta-feira, e Sátila ficou em 16º. Como estava no grupo das classificadas até as últimas rivais descerem, a brasileira chegou a conceder entrevistas comentando a classificação.
A confusão se deu por uma informação equivocada do técnico da brasileira, que errou o cálculo e acreditou que Ana não tinha mais como deixar o grupo das 15 melhores. Depois, os jornalistas presentes e o treinador italiano Ettore Ivaldi perceberam que ela ficaria uma posição além das classificadas. Ainda assim, o clima não foi de frustração, e Ana se mostrou bastante satisfeita com o rendimento. "Vou seguir treinando, competindo com as melhores do mundo e estarei melhor no Rio em 2016 com 20 anos", comentou a atleta.
Ana Sátila, com 16 anos, é a mais jovem da delegação brasileira e foi ainda a primeira atleta do país a chegar na Vila Olímpica. Ela conquistou a vaga ao vencer o Pan-Americano disputado em Foz do Iguaçu, quando ainda tinha 15 anos.
Natural de Primavera do Leste, a 220km de Cuiabá, Ana começou a ser treinada pelo pai. Cláudio Vargas, que é pedreiro na pequena cidade do Mato Grosso, foi o grande responsável pelo início da carreira da ainda jovem atleta.
"Mesmo ela sendo campeã aos 12 anos, nunca ninguém nos procurou para perguntar se minha filha precisava de alguma coisa. Eu trabalhei de pedreiro para fazer ela chegar lá, não tinha ajuda de ninguém", comentou Vargas numa edição do Histórias do Esporte, programa da ESPN Brasil, que visitou Ana. E se o pai já colocou uma das filhas nos Jogos, é bom se preparar para dar sequência à história. A herdeira mais jovem, Omira, espera brilhar também. "Em 2015, 2016 eu também vou estar lá", disse.