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Hora do troco: duelo Brasil x Japão tem Marta contra ‘melhor do mundo’

Partida contra campeãs mundiais vale vaga na semifinal e coloca camisa 10 da Seleção frente a frente com Sawa, vencedora da última Bola de Ouro

Reuters

Marta e cia. é orientada por Barcellos

De um lado, a dona da Bola de Ouro da Fifa por cinco anos. Do outro, a última vencedora do prêmio de melhor do mundo. O jogo entre Brasil e Japão nesta sexta-feira, às 13h (de Brasília), em Cardiff (País de Gales), vale vaga na semifinal do torneio de futebol feminino das Olimpíadas e vai colocar frente a frente os dois maiores nomes da categoria na atualidade: as camisas 10 Marta e Homare Sawa. A partida terá transmissão ao vivo no SporTV e acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.

“Rainha” do futebol feminino, Marta, de 26 anos, foi soberana na premiação da Fifa entre 2006 e 2010. Mas durante o período sofreu com o “quase” pela Seleção: foi vice-campeã mundial em 2007 e ficou com a medalha de prata olímpica em 2008, somando dois segundos lugares seguidos nos Jogos (em 2004, o Brasil também perdeu para os Estados Unidos na decisão).

A consagração de Sawa veio em 2011. A meio-campista de 33 anos liderou o Japão na conquista inédita do Mundial na Alemanha sobre as americanas, foi eleita a craque do torneio e fechou a temporada superando Marta na eleição da Fifa.

– Ela é uma jogadora de alto nível, já a enfrentei outras vezes jogando na liga americana. Tem que ter atenção, ela arma o jogo. O Japão interiro é assim, um conjunto bem compacto. Temos que estudar a equipe delas e tentar neutralizar o máximo de jogadas individuais e ensaiadas para seguir na competição – disse Marta.

– Claro que Marta e Cristiane são duas jogadoras-chave do Brasil, mas o time tem muitas outras boas jogadoras com quem precisamos ter cuidado. Queremos entrar concentradas e jogar bem na defesa – completou Sawa.

Treinado por Jorge Barcellos, o Brasil avançou para as quartas em segundo lugar no Grupo E com seis pontos, atrás da anfitriã (Grã-Bretanha). As duas vitórias foram conquistas no Millennium Stadium, local da partida contra as japonesas: 5 a 0 sobre Camarões e 1 a 0 na Nova Zelândia. Na última rodada, a Seleção caiu por 1 a 0 para as britânicas, no Estádio de Wembley, em Londres.

O Japão também ficou em segundo no Grupo F, empatado em cinco pontos com a Suécia, mas com saldo de gols menor (3 a 1). Na estreia, o time treinado por Norio Sasaki bateu o Canadá por 2 a 1, depois ficou no 0 a 0 com as suecas e a África do Sul. Para Marta, as japonesas merecem respeito mesmo sem terem ainda feito uma grande exibição nas Olimpíadas:

– É como pegar qualquer outro adversário. Não tem adversário fácil nas quartas de final. Se tivéssemos ficado em primeiro, pegaríamos o Canadá, um time forte também. Pegamos o Japão, que acabou empatando com a África do Sul. Alguém já ouviu falar de tradição de África do Sul?

O técnico japonês chegou a criar polêmica ao afirmar que sua equipe jogou para empatar com as sul-africanas, pois o resultado manteria as campeãs mundiais em Cardiff nas quartas, evitando viajar. Objetivo alcançado, agora Sasaki também prega respeito a Marta & cia.

– Se existe algo no mundo inteiro com o qual todos concordam é que o Brasil é uma das seleções mais talentosas do planeta. Mas nosso principal trunfo é o jogo em equipe. Sabemos o quanto teremos que trabalhar duro para encarar uma equipe como essa, mas estamos preparados para seguir na luta pelo ouro olímpico – disse o treinador.

Companheira de Marta no ataque do Brasil, Cristiane acredita que a seleção japonesa, apesar de forte, poderá dar brechas para o estilo de jogo das brasileiras:

– O Japão é o atual campeão mundial, mas não é um bicho de sete cabeças. Tem seus erros e defeitos também. É um time que toca mais, não fica dando chutão e não é tão alto. É um time que deixa a gente jogar mais. Vamos procurar acertar os erros e procurar jogar mais com a bola no chão.

A Seleção sempre chegou às semifinais das Olimpíadas desde o primeiro torneio de futebol feminino, em 1996. Nas duas primeiras, acabou em quarto lugar, sem medalha. Nas duas seguintes, bateu na trave e ficou com a prata.

– As japonesas são as atuais campeãs do mundo, com certeza será um jogo difícil, mas estamos confiantes e vamos entrar em campo para vencer e chegarmos à semifinal – concluiu Grazielle.

Como de costume, Barcellos não revelou a escalação da Seleção com antecedência. Mas, segundo o site da CBF, o técnico terá de volta Fabiana e Formiga, poupadas na última rodada da primeira fase. Mas Maurine está fora por causa de dores na perna direita.

– Estamos enfrentando o jogo contra o Japão como uma final, precisamos vencer e acredito muito no potencial das jogadoras – afirmou o treinador.