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Supremo ouve hoje defesas de réus ligados ao PL

Ministros do STF ouvirão mais cinco réus do processo nesta sexta (10). Advogados de 20 dos 38 réus do processo já apresentaram argumentos.

O Supremo Tribunal Federal (STF) faz nesta sexta-feira (10) a sétima sessão do julgamento do processo do mensalão, quinta consecutiva para ouvir a defesa dos réus. Mais cinco advogados falarão aos ministros, entre eles três de acusados ligados ao antigo PL, atual PR, que, segundo a Procuradoria Geral da República, recebeu propina em troca do apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.

Serão ouvidos ainda os advogados de Breno Fischberg, da corretora Bônus-Banval, e Carlos Alberto Quaglia, da corretora Natimar, ambos acusados de usarem as empresas para a lavagem do dinheiro que financiou o esquema. Os réus negaram conhecimento sobre a origem ilícita do dinheiro.

Depois, será a vez da sustentação oral da defesa do deputado federal Valdemar Costa Neto e do ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas. Também deve ser ouvido o advogado de Antônio Lamas, irmão de Jacinto, que teria sacado R$ 350 mil.

Segundo a denúncia, Valdemar recebeu R$ 8,8 milhões do valerioduto para votar a favor do governo. Ele confirmou ter recebido dinheiro do PT, mas afirmou que seria para cobrir gastos de campanha.

Jacinto teria sacado no Banco Rural R$ 1 milhão do valerioduto para o partido. O procurador-geral pediu absolvição de Antônio Lamas devido à falta de provas.

O julgamento

O julgamento do mensalão começou na última quinta-feira (2) com a leitura do resumo da ação penal feita pelo relator Joaquim Barbosa, que apresentou o nome dos réus e explicou a quais crimes eles respondem. Na sexta-feira (3), Gurgel pediu a condenação de 36 dos 38 réus do processo e apontou o ex-ministro José Dirceu como líder do grupo criminoso.

Nesta segunda (6), os advogados de Dirceu e José Genoino negaram a existência do mensalão. A defesa de Delúbio Soares e Marcos Valério, no entanto, confirmou a existência de caixa dois – uso de recursos não declarados – após a campanha presidencial de 2002.

Os advogados de quatro réus do processo do mensalão ligados a Marcos Valério afirmaram na terça (7) que seus clientes desconheciam a prática de atividades ilícitas e negaram ter conhecimento sobre o suposto esquema. Além dos quatro ligados a Valério, falou ainda o ex-ministro José Carlos Dias, advogado da ex-presidente e atual acionista do Banco Rural Kátia Rabello. Dias negou que o banco fizesse empréstimos fictícios ao grupo de Valério.

Advogados de três ex-dirigentes do Banco Rural afirmaram, nesta quarta-feira (8), que seus clientes não tiveram participação nas irregularidades apontadas pela denúncia. A defesa de João Paulo Cunha (PT-SP) confirmou que o parlamentar recebeu dinheiro do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, mas negou desvio de recursos públicos. A defesa de Luiz Gushiken disse que seu cliente é inocente e que não há provas de sua participação no esquema do mensalão.

Nesta quinta (9), os advogados criticaram a denúncia do Ministério Público Federal contra seus clientes e negaram a existência do esquema do mensalão. Os advogados dos políticos do Partido Progressista (PP) confirmaram o recebimento de dinheiro para custear gastos da campanha eleitoral. Defensores dos réus da cúpula do PT afirmaram, no início da semana, que o partido deu aos aliados dinheiro não declarado, do chamado caixa dois.

O Supremo Tribunal Federal já ouviu 20 advogados dos 38 réus do processo. A previsão é de que as sessões para as sustentações orais da defesa dos acusados terminem na próxima quarta-feira (15).