Categorias: Saúde

Combate à mortalidade materno-infantil ganha reforço

Detectores de batimentos cardíacos fetais serão disponibilizados, a partir do próximo dia 31, para os 102 municípios.

Assistência nas áreas de enfermagem e medicina prestada à mulher durante a gravidez é de fundamental importância tanto para a mãe quanto para o bebê e visa evitar problemas ao longo dos nove meses e no momento do parto. O procedimento prevê a realização de exames para a identificação e o tratamento de doenças que possam trazer riscos à saúde. No intuito de reforçar esse atendimento e auxiliar no combate à mortalidade materno-infantil, os 102 municípios alagoanos receberão, a partir do dia 31, detectores de batimentos cardíacos fetais para uso nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A ação, promovida pela Rede Cegonha, pretende qualificar o cuidado de baixo risco prestado pelo Programa de Saúde da Família (PSF). Ao todo, Alagoas terá à disposição 904 aparelhos do tipo, divididos entre todas as cidades do Estado. A distribuição teve como parâmetro o tamanho do quadro da Atenção Básica das localidades: UBSs com até três equipes ganharão apenas uma máquina cada, enquanto as que possuem mais profissionais terão direito a um detector fetal por equipe. Para recebê-los, os prefeitos terão que assinar Termos de Doação, que podem ser gerados no endereço eletrônico http://dab.saude.gov.br. Os equipamentos – enviados pelo Ministério da Saúde (MS) – serão entregues, conforme cronograma, na Divisão de Contratos e Convênios (Dicon) do órgão federal, localizado na Praça dos Palmares, no Centro de Maceió. Segundo Fernanda Roseane Duarte, técnica da área de Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde (Sesau), é fundamental que as administrações requisitem os instrumentos. “O ministério disponibilizou um determinado número para os municípios alagoanos, mas eles só ganharão, caso façam a requisição por meio desses termos, que devem ser assinados em três vias”, diz. Ela ressalta que os detectores de batimentos cardíacos fetais são ferramentas importantes na luta contra a mortalidade materno-infantil. “Eles auxiliarão muito no pré-natal, trazendo possibilidades de uma redução ainda maior nos índices de óbitos de gestantes e bebês. Esses aparelhos são essenciais para melhorar a qualidade da assistência prestada pelos PSFs”, acrescenta. As cidades que mais receberão aparelhos em Alagoas são Maceió, com 102; Arapiraca, com 64; e Rio Largo, com 25. A lista com todos os contemplados do Norte e Nordeste, assim como as quantidades, está disponível no site dab.saude.gov.br. Cerca de 20 mil detectores foram adquiridos pelo MS para as duas regiões – as demais ainda serão contempladas em uma nova licitação. O detector fetal é um equipamento não invasivo destinado a clínicas obstétricas, salas de parto de hospitais/maternidades e outros locais do tipo. O aparelho é indicado para ausculta dos batimentos cardíacos e do fluxo sanguíneo do cordão umbilical e também auxilia na localização da placenta a partir da 10ª semana de gestação. A finalidade é avaliar a vitalidade e o sofrimento fetal, o número de fetos e a posição (local onde os batimentos são mais intensos). Mortalidade – Entre 2010 e 2011, Alagoas reduziu em 25% os óbitos decorrentes de complicações na gravidez e no parto, passando de 32 para 22. O índice é melhor que o registrado no Brasil, que teve uma redução total de 21%, com 1.038 mortes. A razão da mortalidade materna na comparação dos últimos dois anos também caiu, indo de 55,4 para 49,9 óbitos a cada 100 mil nascidos. Já os óbitos infantis tiveram uma queda de 13,3% de 2000 a 2010, passando de 30,8 para 17,5. Nesses onze anos, as mortes no período neonatal precoce (até sete dias de vida) tiveram redução de 4,4%; na fase neonatal tardio (de sete a 28 dias), a queda foi de 0,9% e, no período pós-neonatal (após 28 dias), de 8%.