Lúcio Maranhão deixa sua marca novamente e garante terceira partida de invencibilidade. Já o Bugre, que perdeu pênalti, volta a se aproximar do Z-4
Gramado ruim? Sim. Baixo público? Sem dúvida. Adversário de tradição do outro lado? Certamente. Má campanha? Inegável. Com todos estes aspectos negativos, o ASA só quis saber mesmo de uma coisa: manter a invencibilidade contra o Guarani. E não é que conseguiu. Com mais um gol do artilheiro Lúcio Maranhão, o time alvinegro manteve a ascensão dos jogos passados e derrotou o Bugre por 1 a 0 na noite desta sexta-feira, no Estádio Coaracy Fonseca, em Arapiraca, pela continuação da 16ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
A vitória foi criada pelo imenso volume de jogo do ASA no primeiro tempo, em que a equipe de Nedo Xavier criou pelo menos cinco grandes chances para marcar – teve um gol anulado em lance polêmico. No fim da primeira etapa, Lúcio Maranhão garantiu a festa ao fazer seu 33º gol no ano – o oitavo na Série B. Na etapa final, o Guarani esboçou uma reação, criou duas boas chances (ambas defendidas por Gilson), mas pecou na hora do passe. Nos acréscimos, Schwenck ainda perdeu um pênalti, bem defendido pelo goleiro alagoano.
O segundo triunfo consecutivo tirou o ASA da zona de rebaixamento. Agora com 17 pontos, a equipe cresceu de produção desde a chegada de Nedo Xavier, que está invicto (duas vitórias e um empate). Pior para o Bragantino, que perdeu para o Ipatinga na terça-feira e agora entra no Z-4.
Se o ASA tem motivos para celebrar, o Guarani já pode fazer cálculos contra o rebaixamento. A esperança de alcançar 100% dos pontos nas cinco últimas rodadas do primeiro turno foi por água abaixo nesta noite. Agora, o time de Oswaldo Alvarez termina a rodada com 18 pontos, apenas três a frente do Bragantino, primeira equipe na zona da degola.
As duas equipes voltam a jogar pela Série B nesta próxima terça-feira, dia de rodada cheia. O Guarani busca a reabilitação diante de sua torcida contra o Avaí, às 21h50, no Brinco de Ouro, em Campinas. No mesmo horário, o ASA visita o Atlético-PR, no Gigante do Itiberê, em Paranaguá.
O ASA foi praticamente impecável durante todo o primeiro tempo. Tirando o recuo extremamente perigoso de Fabiano logo a um minuto, que quase deu o gol de bandeja ao artilheiro Schwenck, a equipe alagoana criou todas as oportunidades de perigo até o intervalo. Parou algumas vezes em Emerson, outras na arbitragem, mas, por merecimento, saiu com a vitória parcial.
O placar deveria ter sido aberto logo aos três minutos, quando Lúcio Maranhão desviou cruzamento de cabeça e mandou para as redes, mas o auxiliar assinalou impedimento duvidoso do artilheiro. Maranhão seguiu tentando e teve nova chance aos nove, mas chutou à direita de Emerson.
As oportunidades foram se multiplicando. Aos 17, Didira recebeu passe de Roberto Jacaré, demorou demais para girar e foi desarmado por Emerson. Em seguida, foi a vez de Audálio parar na mão direita do goleiro bugrino – o volante arriscou chute dentro da área, mas tinha pouco ângulo.
O camisa 1 do Guarani salvou novamente a equipe aos 35, cara a cara com Roberto Jacaré. Desesperado à beira do gramado, Vadão coçava a cabeça a cada erro de passe, como quem já soubesse o que aconteceria a seguir. A um minuto do fim, o ASA deu mais motivos de preocupação ao treinador. Lúcio Maranhão aproveitou a desatenção de Chiquinho, recebeu na área e tocou na saída de Emerson para abrir o placar.
O diagnóstico de Vadão com a intensa superioridade do ASA é que faltou velocidade no ataque do Guarani. Assim, voltou para o intervalo com Medina na lateral-direita e Clebinho no ataque, nos lugares de Chiquinho e Juninho. A tática durou incríveis três minutos: com fortes dores musculares, Clebinho caiu no gramado e logo teve que ser substituído por Ronaldo.
Com dois centroavantes, a velocidade pretendida pelo Guarani deu lugar a truculência, ao jogo de corpo e aos cruzamentos. Nada disso deu certo. Bem postado, o ASA administrou o jogo e ainda assustou nos contra-ataques. Lúcio Maranhão quase marcou o seu segundo gol na partida. Marcaria se não fosse Emerson, que saiu do gol e afastou a bola com um chutão.
Aos poucos o Bugre arrumou seu posicionamento e criou, pelo menos, uma chance perigosa, em que quase saiu o empate. Aos 25 minutos, Ademir Sopa acertou seu primeiro cruzamento no jogo. Rodrigo Arroz subiu mais que o marcador e desviou de cabeça no canto esquerdo de Gilson, que se esticou para praticar a primeira defesa na jogo. Pelo feito, foi aplaudido pela torcida local.
Aplausos ele mereceu na jogada seguinte. A zaga do ABC afastou mal, Alex Barros pegou o rebote e emendou a bomba de perna esquerda. Gilson saltou e defendeu com a ponta dos dedos, na melhor chance do Guarani no jogo. Ou melhor, a segunda melhor. Porque, faltando segundos para o fim do jogo, o goleiro ainda teve tempo de parar Schwenck em uma cobrança de pênalti que o próprio atacante sofreu. O camisa 9 bateu mal no canto direito, Gilson saltou e virou o nome do jogo.