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Sem aulas há 3 meses, universitários dividem opinião sobre greve

Com opiniões divididas sobre a paralisação, estudantes pernambucanos continuam na expectativa pela volta às aulas e seguem temerosos pela possibilidade de perderem o semestre letivo.

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Estudantes pernambucanos continuam na expectativa pela volta às aulas

A greve dos professores e demais servidores das universidades e institutos federais completa exatos três meses nesta sexta-feira (17). Com opiniões divididas sobre a paralisação, estudantes pernambucanos continuam na expectativa pela volta às aulas e seguem temerosos pela possibilidade de perderem o semestre letivo.

Aluna do 6º período de turismo pela UFPE, Rayssa Barbosa, de 21 anos, perdeu a chance de fazer intercâmbio no fim do ano por causa da greve, além disso, com o atraso das aulas, ela não irá concluir o curso no próximo ano. "2014 tem Copa do Mundo e para os profissionais de turismo será um ano muito proveitoso, mas sinto que serei prejudicada porque ainda não estarei formada", lamenta.

Apesar disso, ela entende que a greve é um direito legítimo dos professores. "Concordo com a greve como direito de todo cidadão, mas discordo do tempo de duração, não por parte dos professores, mas pelo governo que tem mostrado desinteresse em resolver essa situação", opina.

Para a estudante Maria Goretti Lima, 45, a greve veio em boa hora, apesar de ter causado indecisão sobre uma viagem, pois não sabia quanto tempo a paralisação iria durar. Ela aproveitou o momento para encontrar o esposo em Campo Grande-MS.

A aluna apoia a paralisação, ainda mais por cursar pedagogia. "Eu apóio a greve porque sei que tem que haver melhorias e essas melhorias serão boas para todo mundo, alunos e professores", completa a futura professora. Além da questão salarial, os professores estão reivindicando também por melhorias nas condições de trabalho. "Falta condição de infraestrutura na própria universidade, eles estão lutando por algo que também é do nosso interesse", concorda Rayssa Barbosa.

Lucas Santos, 18, lembra da desinformação por parte dos próprios professores no início da greve. "Teve professor que parou e outros não. A gente vai ter reposição de umas cadeiras e outras não. Acho que faltou união dos professores para declararem a greve juntos", pondera.

Cursando o 1º período de ciências políticas, o jovem teme por perder o semestre. "Se a greve durar mais um pouco, vou acabar perdendo o período e perder seis meses de curso", disse, preocupado.
Maria Goretti também acha que já está em tempo de as aulas retornarem. "Agora já está na hora de voltar, mas tem que voltar conseguindo o que estão pleiteando, do contrário vão jogar tudo fora. Agora tem que ir até o fim".

SEGUNDA ENTRADA – Se a sensação de tempo perdido afeta alunos que já estavam cursando algum período, naqueles que ainda não conseguiram se matricular a situação é mais frustrante. Danielly Sabino, 20, passou no vestibular para odontologia na segunda entrada da UFPE, mas o sonho de sentar na cadeira de uma universidade está sendo adiado mais uma vez. "Passei dois anos tentando uma vaga na Federal e agora vou ter que esperar mais tempo para realizar meu sonho", desabafa.

ADESÃO – No Estado, a paralisação atinge as Universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), além dos insitutos federais de ensino tecnólogico.

Dados do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) indicam que a paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica.