Categorias: Polícia

Quadrilha responsável por roubos milionários de cargas é desbaratada

Segundo a polícia, a quadrilha realizava entre três e quatro roubos por mês, que rendiam entre R$ 1 milhão e R$ 1 milhão e meio cada.

Vanessa Alencar/Alagoas24Horas

Renan Belo/PC

O líder de uma quadrilha responsável por roubos milionários de cargas de luxo em Alagoas e outros estados do Nordeste foi apresentado na tarde desta quarta-feira, 29, durante coletiva à imprensa realizada na Delegacia Geral da Polícia Civil, em Jacarecica, com o delegado-geral Paulo Cerqueira e a delegada Ana Luiza Nogueira, diretora da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic).

Josenildo Balbino de Oliveira, 46 anos, foi preso em sua empresa, localizada em Arapiraca, durante uma operação da PC, com o apoio da 17ª Vara Criminal, denominada Angoera, que significa “fantasma” em Tupi. Segundo a polícia, ele era procurado em todo o Nordeste, onde a quadrilha realizava entre três e quatro roubos por mês, que rendiam entre R$ 1 milhão e R$ 1 milhão e meio cada.

Só em Alagoas, pelo menos 20 empresas foram lesadas. Uma delas, de transporte de cargas, teve um prejuízo de R$ 20 milhões em cerca de dois anos.

Na empresa do acusado, que seria ‘fictícia’, e em sua residência foram apreendidos vários documentos de terceiros, notas fiscais das empresas vítimas do roubo, escrituras de imóveis, cheques em branco, carimbos falsos da Secretaria da Fazenda de Alagoas (Sefaz) e dezenas de caixas de produtos como televisores LCD, caixas de uísque, telefones e perfumes importados.

Também foram apreendidos três veículos, um Santafé, um Gol, um Golf e uma caçamba que transportava a carga roubada. Apreendido em Arapiraca, o material foi levado para a sede da Deic, onde será analisado.

Além de Josenildo Balbino, foram presos o filho dele, o enfermeiro Caio Vitor de Amorim Oliveira, de 23 anos, e Joelma Maria de Oliveira Melo, 35, acusados de serem laranjas do líder da quadrilha. “Caio emprestava o nome para a movimentação de contas bancárias do pai e para aquisição de vários imóveis de luxo no Nordeste. Já Joelma, seria sócia de uma das empresas fantasmas utilizada pela quadrilha”, explicou a delegada Ana Luiza.

Ela disse não havia dúvida alguma da participação dos acusados – todos alagoanos – como mentores nos crimes. “Estamos fartamente documentados e agora, além de localizar o restante da quadrilha, esperamos reverter parte do prejuízo sofrido pelas vítimas”.

Lavagem de dinheiro

Sobre o ‘modus operandi’ do grupo, cuja base funcionava em Arapiraca, Nogueira esclareceu que Josenildo, também conhecido como Jota e Patrão, era o responsável pela empresa fantasma que revendia as cargas roubadas para pontos comerciais no Nordeste, lavando o dinheiro e movimentando milhões de reais.

“Josenildo era procurado em todo Nordeste, onde responde a inquéritos em todos os estados e tem mandados de prisão em aberto em Alagoas, Sergipe e Bahia. Além de roubo, receptação e lavagem de dinheiro, o acusado – que usava documentos falsos com o nome de João Victor Amorim Oliveira – irá responder também por falsificação de documento público”, afirmou a delegada.

Outros acusados de integrar o ‘topo da pirâmide’ da quadrilha, Carlos Alberto Queiroz, de 52 anos, e o filho Carlos Bruno Queiroz, de 28 anos, estão sendo procurados e já são considerados foragidos.

Em relação às empresas que compravam as mercadorias roubadas, a delegada disse que a participação – ou não – de algumas delas no esquema ainda será investigada.

Sobre as prisões ocorridas nesta segunda-feira, 27, em uma operação conjunta entre as polícias civis do Rio Grande do Norte e da Bahia, Ana Luiza disse que os presos possivelmente integram a mesma quadrilha, na condição de ‘executores’ dos roubos, mas, detalhes só serão divulgados após o cruzamento de informações entre as polícias civis dos estados.