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Médico alerta sobre importância do teste do pezinho em recém-nascido

Exame é ofertado pelo SUS e deve ser realizado até os sete primeiros dias de vida

Olival Santos/Ascom Sesau

Olival Santos/Ascom Sesau

Anemia Falciforme, Hipotiroidismo Congênito e Fenilcetonúria. Três doenças genéticas graves e que podem ter seus efeitos amenizados, caso sejam detectadas até o 7º dia de vida, por meio do teste do pezinho disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas maternidades públicas de Alagoas.

Considerado uma estratégia para reduzir a mortalidade infantil, o teste do pezinho representa um direito de todos os recém-nascidos, graças à publicação da portaria ministerial 822, que estabeleceu o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Publicada no Diário Oficial da União (DOU), em 06 de julho de 2001, ela assegura que todos os bebês tenham acesso ao serviço.

Por esta razão, segundo o diretor da Casa do Pezinho, Edberto Lessa, os pais devem exigir a realização do exame, onde são coletadas gotículas de sangue do calcanhar do recém- nascido. O material coletado é enviado para a Casa do Pezinho, em Maceió, situada em prédio anexo à Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), onde o exame é realizado.

Caso seja detectada alguma das três doenças, os pais são convocados para iniciar o tratamento, que pode evitar sérias complicações, a exemplo das deficiências física e mental. Na Casa do Pezinho, os pais são atendidos por assistentes sociais, recebem atendimento psicológico acompanhado dos filhos e, em seguida, as crianças recebem atendimento nutricional, pediátrico, endocrinológico, hematológico e neurológico.

“Com isso, é possível levar uma vida normal, porque as crianças têm acesso a um atendimento integral, que trata da alimentação, comportamento, do psicológico e dos hormônios. O exame é importante e o acompanhamento sistemático é imprescindível, pode ser verificado nos pacientes que são atendidos na Casa do Pezinho, já que eles levam uma vida extremamente normal”, assegurou Edberto Lessa.

Vida ativa – A prova de que o teste do pezinho e o acompanhamento sistemático são eficazes para o desenvolvimento da criança, pode ser verificado no comportamento saudável do pequeno Vitor Santos, 3 anos, que é atendido na Casa do Pezinho periodicamente. Extremamente ativo, ao presenciar seu comportamento no cotidiano, é impossível afirmar que ele é portador do Hipotiroidismo Congênito, já que ele leva uma vida normal, seja brincando, estudando ou nas relações familiares e com os colegas.

Afetado pela Hipotiroidismo Congênito, que atinge um em cada quatro mil nascidos vivos, o pequeno Vitor poderia ter sido vítima de um retardo do desenvolvimento físico e mental. No entanto, graças ao tratamento recebido na Casa do Pezinho, conseguiu-se sanar a deficiência na produção do hormônio produzido na glândula tireóide e o paciente desenvolve suas atividades com naturalidade.

Realidade que acontece com os demais usuários da Casa do Pezinho, tratados com a mesma patologia de Vitor e também pela Anemia Falciforme, que afeta um em cada mil nascidos vivos, caracterizando-se pela malformação das hemácias, que assumem forma de foices, dificultando o transporte de oxigênio para o sangue. Situação também semelhante às crianças que são acometidas pela Fenilcetonúria, caracterizada por um distúrbio genético, onde aminoácidos do leite podem prejudicar a saúde do bebê, causando retardo mental.