Os movimentos sociais aproveitarão os desfiles de 7 de Setembro, que concentram um alto número de autoridades, inclusive a presidente Dilma Rousseff, como palco para reivindicações em Brasília. Marcha contra a Corrupção, Grito dos Excluídos e até protesto por reajuste salarial são esperados.
Enquanto a presidente estiver assistindo à parada militar do Dia da Independência, uma marcha com cerca de 10 mil pessoas deverá fazer um percurso, que passará a uma distância de aproximadamente 300 metros das autoridades, protestando contra a corrupção. O grupo ganhou notoriedade por não ser ligado a partidos políticos e ter nascido de movimento nas redes sociais.
As principais demandas do grupo são a condenação dos réus do julgamento do mensalão, o fim do voto secreto no Congresso Nacional e a extensão da Lei da Ficha Limpa para cargos comissionados. O trajeto será de quase 3 km – distância que separa o Museu Nacional da Praça dos Três Poderes.
"É uma luta do povo. Quem é contra a corrupção é bem vindo. Acho que, de um ano para cá, conseguimos muita coisa, como por exemplo, a aprovação da Lei da Ficha Limpa. Ainda há muito o que conquistar", disse Luciana Kalil, uma das organizadoras da marcha, que começou o movimento por meio do Facebook. Ela acredita que, a exemplo do ano passado, muitas pessoas que irão assistir ao desfile acabarão participando da marcha.
Veteranos em protestos no 7 de Setembro, o Grito dos Excluídos já está na sua 18ª edição e faz demandas locais. Em Brasília, por exemplo, os participantes seguirão um percurso diferente do da Marcha contra a Corrupção e protestarão em frente à Agência de Fiscalização do Distrito Federal.
Saúde pública, assentamento de moradores, apoio à greve dos professores e até protesto contra a construção do Estádio Nacional de Brasília, uma das sedes da Copa de 2014, estão na pauta.
Em greve há um mês, os policiais federais também aproveitarão a data para pedir reestruturação da carreira, com aumento salarial inicial de R$ 11 mil, contra os atuais R$ 7,5 mil. Agentes, escrivães e papiloscopistas não aceitaram o aumento de 15,8% proposto pelo governo federal.
Os policiais garantem que a manifestação não constrangerá a presidente da República. "A recomendação é que se respeite a data porque ela é cívica e de grande importância. Nenhum movimento vai afrontar o momento", disse o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Paulo Poloni.