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Seleção joga mal, é vaiada, mas vence a África do Sul

Mas jogou mal, foi vaiada e, não fosse pelo gol de Hulk, que garantiu o 1 a 0 sobre a África do Sul, teria dado vexame em partida realizada no Morumbi.

Lancepress

Seleção joga mal, é vaiada, mas vence a África do Sul

A Seleção Brasileira ainda está longe de reconquistar o carinho do brasileiro, pelo menos da torcida paulistana, uma das mais exigentes do país. Nesta sexta-feira, dia 7 de setembro da Independência, a equipe de Mano Menezes tinha a oportunidade de se aproximar do objetivo. Mas jogou mal, foi vaiada e, não fosse pelo gol de Hulk, que garantiu o 1 a 0 sobre a África do Sul, teria dado vexame em partida realizada no Morumbi.

A tônica da partida foi de protestos das arquibancadas, seja pela organização, contra Mano Menezes, ou mesmo Neymar, que ouviu, como no treino da véspera, os gritos de "pipoqueiro" vindos de quem foi ao estádio acompanhar à partida. A euforia negativa foi tamanha, que os brasileiros chegaram a gritar "Olé!" durante troca de passes dos sul-africanos, muito fracos tecnicamente, mas perigosos em alguns momentos.

A irritação do torcedor começou a ganhar razão antes mesmo do início da partida. A organização do duelo falhou e uma sucessão de trapalhadas retardou o rolar da bola em cerca de 15 minutos. A começar pelo uniforme.

Os jogadores das duas equipes demoraram a subir para o gramado porque o uniforme da visitante África do Sul era semelhante ao amarelo brasileiro. Os comandados de Mano tiveram de utilizar o segundo jogo de camisas, na cor azul, igualmente aos calções. O lateral-esquerdo Marcelo ainda subiu com sua camiseta rasgada e teve de trocá-la no gramado. Para completar, a braçadeira de capitão de David Luiz também confundia o árbitro e uma à base de esparadrapo foi improvisada. Bagunça!

Quando a bola rolou, o cenário, agora futebolístico, seguiu desorganizado. Taticamente, Mano armou o Brasil como havia treinado em Cotia (SP) durante a semana. No meio de campo, apenas com Rômulo na marcação, Ramires bem aberto pela esquerda, Oscar na armação no meio e Lucas, pela direita. A formação, porém, parou no bloqueio do rival e a bola pouco chegou aos pés de Neymar e Leandro Damião.

E, quando chegou, deu margem ao descontentamento da galera. A cada toque na bola de Damião, o torcedor, provavelmente são-paulino, usava seus erros para pedir Luis Fabiano, atacante do São Paulo. Neymar, por sua vez, nem de longe apresentou a genialidade que lhe é características e pouco criou.

Sem ter nada a ver com isso, a África do Sul, que parecia jogar por uma bola, foi para a cima e teve ótima chance com o lateral Gaxa. Ele fez boa jogada no ataque e chegou à cara de Diego Alves, mas não conseguiu vencer o goleiro brasileiro.

A resposta brasileira veio aos aos 15 minutos e não passou pelos pés do astro. Oscar cobrou falta dentro da área na cabeça de Dedé, que exigiu boa defesa à queima-roupa de Khune. A torcida se empolgou, mas o jogo seguiu emperrado.

Mano, ciente de que a formação inicial fracassara, colocou Ramires pela direita e abriu mais Lucas. Não funcionou e, a cada lance, a paciência do torcedor se acentuava. O treinador foi chamado de burro, as vaias seguiram e só foram aliviadas aos 42 minutos, quando Daniel Alves achou Neymar na cara do gol, mas o atacante brasileiro chutou em cima do goleiro. A torcida puxou um grito de "Brasil! Brasil", que durou pouco. Os jogadores foram para o vestiário sob vaias.

A pressão voltou ainda mais intensa na segunda etapa, sobretudo porque os africanos resolveram ir para cima. Logo aos 4 minutos, o atacante Parker fintou com muito talento David Luiz dentro da área e bateu cruzado, mas Dedé tirou para escanteio.

Dai em diante, o Brasil ensaiou um abafa, mas nem de longe apresentou uma proposta de jogo equilibrada, incisiva. A África do Sul não tinha dificuldade para se defender, exceto em alguns chutes de fora da área e Mano foi obrigado a mexer. Primeiro, trocou Alex Sandro pelo apagado Marcelo e, depois, com Paulinho e Hulk nos lugares de Rômulo e Leandro Damião. A Seleção foi para cima.

Mais agudo, Neymar criou boas chances, uma delas em cobrança de falta muito bem batida, e serviu Hulk em outra oportunidade. Mas faltou sorte e mais poder de fogo ao Brasil, diante da cada vez mais impaciente torcida paulistana.

Mano arriscou com Jonas no lugar de Lucas e recebeu uma sonora vaia (outra!) quando sacou o são-paulino. Voltaram os gritos de burro e o futebol seguiu enfadonho, até o "milionário" Hulk entrar em cena.
Aos 28 minutos, David Luiz foi lançado no ataque na esquerda, cortou para dentro e chutou rasteiro. O goleiro sul-africano deu rebote e a bola sobrou nos pés de Hulk. O atacante, que acabou de se transferir do Porto (POR) para o Zenit (RUS) por cerca de R$ 128 milhões, mandou um chutaço de pé-esquerdo e estufou as redes: 1 a 0 e explosão da torcida no Morumbi.

O gol tranquilizou um pouco os fãs, mas não por muito tempo. Após uma seca de bons momentos, as críticas vieram para Neymar, chamado de pipoqueiro após desperdiçar mais um lance. A vitória veio, mas no geral ficaram as críticas e o descontentamento.A vaia no fim foi sonora.

Na próxima segunda-feira, o Brasil volta a campo contra a China, no Arruda, em Refice. Mais um teste para Mano Menezes, que não agrada o torcedor brasileiro. Definitivamente.

FICHA TÉCNICA

BRASIL 1 X 0 ÁFRICA DO SUL
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Data-hora: 7/9/2012 – 15h45h
Árbitro: Nestor Pitana (ARG)
Auxiliares: Diego Bonfa e Gustavo Rossi (ARG)
Cartões Amarelos: Dedé e Hulk (BRA), Chabangu Gaxa, Khune e Dikgacoi (AFS)
Cartão vermelho: nenhum
Público/Renda: 51.538 público total/ R$ 3.929.765,00
GOL: Hulk, aos 28’/2ºT (1-0)
BRASIL: Diego Alves, Daniel Alves, Dedé, David Luiz e Marcelo (Alex Sandro, aos 15’/2ºT); Rômulo (Paulinho, aos 18’/2ºT), Ramires, Oscar e Lucas (Jonas, aos 26’/2ºT); Neymar e Leandro Damião (Hulk, aos 18’/2ºT). Técnico: Mano Menezes.
ÁFRICA DO SUL: Khune, Gaxa, Sangweni, Khumano e Masenamela; Ndlovu (MacCarthy, aos 32’/1ºT e depois Parker, aos 42’/1ºT), Dikgacoi, Tshabalala e Furman (Mahlangu, aos 13’/2ºT); Serero e Chabangu (Letsholonyane, aos 10’/2ºT). Técnico: Gordon Igesund

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