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Nissan Tiida agrada por ser justo

Entre os anos 2000 e 2006, por exemplo, apenas cinco modelos eram oferecidos no Brasil.

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Nissan Tiida

A categoria dos hatches médios passou alguns anos no esquecimento e sem grandes novidades importantes. Entre os anos 2000 e 2006, por exemplo, apenas cinco modelos eram oferecidos no Brasil: Fiat Stilo, Ford Focus, Chevrolet Astra, Peugeot 307 e Volkswagen Golf.

Essa situação só foi começar a mudar a partir de 2008, com a chegada de novos concorrentes, como a segunda geração do Ford Focus, o Chevrolet Vectra GT, o Hyundai i30 e o Nissan Tiida. Esse último, conhecido em outros países desde 2004, foi e continua sendo o único modelo de origem japonesa com esse tipo de carroceria à venda em nosso mercado.

De início, ele era oferecido com motor 1.8 16V movido apenas a gasolina e transmissão manual de seis velocidades. Por causa das vendas tímidas no começo de sua carreira que, de certa forma, foram consequência da ausência de um bloco bicombustível, em 2009 a Nissan apresentou a versão flexfuel do hatch. De quebra veio também o câmbio automático de quatro velocidades na versão SL.

Ame ou odeie

Talvez o Nissan Tiida não seja um carro que normalmente chame atenção das pessoas na rua. Ele mescla um formato meio quadrado com linhas bastante recortadas que, no geral, podem fazer qualquer um odiá-lo à primeira vista.

Mas essa percepção pode mudar com o passar do tempo, até porque, acredite, ele tem toques esportivos que são reforçados pelos vincos no capô, pelos leves ressaltos nas caixas das rodas e pelas saias laterais e aerofólio presentes na versão avaliada.

No geral, o visual do hatch agrada, mas vale lembrar que já está na hora de uma alteração mais profunda.

Ao volante

Dirigir o Nissan Tiida chega a ser prazeroso. O motor 1.8 16V flex com seus 126 cv com etanol e 125 cv com gasolina funciona bem e mostra que tem disposição desde os 2.500 rpm, mas o seu ronco (nada agradável) entra na cabine sem fazer cerimônia, talvez por causa da transmissão automática que eleva demais o giro para trocar de marcha.

A direção elétrica faz com que estacionar o carro em uma vaga difícil se torne uma tarefa fácil e a grande área envidraçada e os enormes retrovisores ajudam nessa tarefa, mas sentimos a falta de um sensor de estacionamento traseiro.

Os comandos são bem distribuídos. Cada coisa estava em seu devido lugar, com exceção dos botões para os retrovisores elétricos, que ficam atrás do volante e fora do campo de visão do motorista, e pela ausência das teclas de controle do sistema de áudio no volante.

Embora o Tiida utilize uma versão alongada da plataforma de carros compactos do grupo Renault-Nissan – que é usada pelo Clio III, por exemplo – a marca conseguiu "arrancar" um ótimo espaço interno no modelo. Quatro pessoas viajam com folga, mas essa área toda é consequência de um porta-malas reduzido: são 289 litros que, segundo a montadora, podem ser ampliados para até 463 litros com o sistema de deslizamento longitudinal do banco traseiro.

Mais itens de série, menos opcionais

A versão SL vem bem equipada. Entre os itens de série estão ar-condicionado automático e digital, bancos em couro, teto solar, vidros, travas e retrovisores elétricos com função um toque, computador de bordo, sistema de áudio (que poderia ter bluetooth com streaming como em alguns modelos da parceira Renault) e chave inteligente presencial, que dispensa a ignição ou o acionamento de qualquer tecla para abrir as portas ou dar a partida no veículo.

Nessa configuração, o hatch parte de R$ 53.390 – com a redução do IPI – preço que pode fazer qualquer pessoa interessada em um Volkswagen Golf repensar a compra a favor do modelo de origem oriental.

O câmbio automático é o único opcional para a versão SL. Ele custa exatos R$ 3.800 e eleva o preço do hatch para R$ 57.190.

Mudanças

Na Ásia, o Nissan Tiida já passou por renovação visual, que o deixou mais elegante e bonito usando a plataforma do Renault Mégane europeu. Ainda não há informações sobre sua vinda para as Américas, mas é bom a marca japonesa planejar algo para o modelo, uma vez que seus principais concorrentes, o Hyundai i30 e o Ford Focus, ganharão nova geração em breve.