Nestes locais, os técnicos constataram que a energia é puxada diretamente da rede elétrica, sem o conhecimento e a autorização da distribuidora de energia.
A Eletrobras distribuição Alagoas tem intensificado a fiscalização de combate ao furto de energia em pontos comerciais na área nobre de Maceió. Do contingente visitado, 50% possui algum tipo de irregularidade. São bares, restaurantes, motéis, bancas de revistas, frigoríficos, parque aquático infantil, supermercados e estabelecimentos autuados por furto de energia. Entre as áreas visitadas estão as Avenidas Deputado José Lages, Amélia Rosa, Álvaro Otacílio, Álvaro Calheiros e Silvio Viana.
Nestes locais, os técnicos constataram que a energia é puxada diretamente da rede elétrica, sem o conhecimento e a autorização da distribuidora de energia. As irregularidades mais comuns são desvio no ramal de ligação, desvio com técnica de fotocélula, adulteração do medidor e jump do medidor. Há também rompimento dos lacres de medição e manipulação no consumo do medidor de energia.
“Não são só os pequenos consumidores que estão desviando energia, mas, sobretudo os grandes. Na área nobre, o furto de energia é menor, porém, em comparação com as regiões menos favorecidas, onde a ocorrência de irregularidade também é elevada, o prejuízo é superior, pois os estabelecimentos comerciais consomem uma demanda maior, e isso gera altas perdas para empresa”, afirmou Almir Pereira, assistente da Diretoria Comercial da Eletrobras.
Segundo Almir Pereira, a Eletrobras tem feito cerca de 10 mil inspeções por mês. Estas fiscalizações acontecem nos pontos de entrega de energia de duas maneiras: primeiro é feito uma prospecção, ou seja, uma visita aos locais onde os técnicos identificam irregularidades somente em olhar. A outra maneira é por meio de uma análise estatística interna. O setor responsável da empresa identifica que o consumo medido para o local é muito abaixo do esperado, devido ao porte do estabelecimento.
O combate ao furto de energia é um dos principais desafios da Eletrobras. A empresa vem adotando uma série de medidas para diminuir os impactos da clandestinidade, tais como aumentar as inspeções, ampliar o volume de recursos e o monitoramento de toda a rede elétrica, intensificar a implantação de novas tecnologias de medição para dificultar o furto e o vandalismo, além de realizar programas de eficiência energética em comunidades.
A empresa afirma não será condescendente com os que cometerem infração. “Iremos cobrar retroativamente todo o consumo que deixamos de faturar durante a irregularidade, além de multa proporcional ao consumo devido”, sustenta Almir Pereira. “Vale lembrar que o furto de energia afeta não apenas o caixa da empresa, mas os consumidores, já que também onera a tarifa”, completou.
A Eletrobras perde anualmente 117 milhões devido ao furto de energia, mas também perde o bolso de todos os consumidores, principalmente daqueles que pagam para ter um fornecimento sem interrupções e com qualidade. Além disso, o Estado deixa de arrecadar cerca de 25 milhões de recolhimento em ICMS, dinheiro que poderia está sendo investido em melhorias para a população.
O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de um a quatro anos de prisão. As denúncias podem ser feitas gratuitamente pelo telefone 0800 082 0196. Não é preciso se identificar.