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Atlético-MG e Grêmio não saem do zero, e Fluminense agradece

Galo e Tricolor gaúcho criam boas chances, mas duelo no Independência termina sem bola na rede.

Globo.com

Atlético-MG X Grêmui

Era a primeira vez que Victor enfrentava o Grêmio, clube que defendeu por quatro anos, mas isso tornou-se secundário. E o encontro entre Ronaldinho Gaúcho e Vanderlei Luxemburgo, o segundo depois dos problemas de relacionamento no Flamengo, já não era mais assunto. O duelo no Independência, na noite deste domingo, tinha como protagonistas o Atlético-MG e o Tricolor de Porto Alegre, clubes na briga pelo título do Campeonato Brasileiro, mas quem ficou satisfeito ao fim da 26ª rodada foi o Fluminense. O empate sem gols em Belo Horizonte deixou mineiros e gaúchos mais distantes do líder.

O Atlético-MG ainda tem um jogo a cumprir – contra o Flamengo, jogo adiado da 14ª rodada -, mas perdeu a gordura acumulada após excepcional campanha no primeiro turno: com 52 pontos, está a quatro da equipe carioca. Terceiro colocado, o Grêmio chegou a 49.

O Galo volta a campo na quarta-feira para fazer o jogo pendente contra o Rubro-Negro, às 22h (de Brasília), no Engenhão. Pela 27ª rodada, vai a São Paulo enfrentar a Portuguesa, sábado, às 18h30m, no Canindé. O Tricolor gaúcho, por sua vez, recebe o Santos no Olímpico, domingo, às 18h30m.

Travessão impede gols em ótimo primeiro tempo

O jogo começou a mil por hora. Com a vitória do Fluminense contra o Náutico, no sábado, os dois times tinham de partir para o ataque, e fizeram exatamente isso nos primeiros minutos de jogo. Mesmo fora de casa e muito pressionado pela torcida atleticana, presente em ótimo número no Independência, o Grêmio não se intimidou e adotou postura ofensiva, com boa troca de passes do meio para frente.

Apoiados pelos torcedores, os jogadores alvinegros também partiram para cima e criaram chances, primeiro num chutaço de longe de Leandro Donizete, que Marcelo Grohe salvou do jeito que deu, e depois em ótima jogada de Ronaldinho Gaúcho, mal concluída por Guilherme. O panorama tornou a partida ótima, jogada em alta velocidade e com qualidade.

O gol quase saiu quando Leonardo Silva deu lançamento para Guilherme na direita, aos 24, e o jogador rolou para trás para encontrar Carlos César. O lateral entrou em diagonal e soltou a boomba, mas a bola parou no travessão. Àquela altura, o Grêmio assustava nas cobranças de falta, sempre com Elano, e foi assim que veio o troco.

Após infantilidade de Leonardo Silva, que meteu a mão na bola pela direita da área defensiva e recebeu amarelo, o camisa 7 gremista cobrou direto para o gol, quando muitos esperavam o cruzamento. Surpreendido, Victor pulou, não achou nada e só torceu. Para sorte dele e do Galo, a bola bateu no travessão. Na sobra, Souza mandou para fora e desperdiçou chance clara de gol para o Grêmio.

Grêmio melhora, mas placar não sai do zero

O segundo tempo também começou a todo vapor. Zé Roberto e Kleber trocaram passes, e foi Ronaldinho Gaúcho quem apareceu na área defensiva para cortar de cabeça o cruzamento. A resposta não demorou. Em ótima enfiada de bola de Leonardo, Bernard chegou batendo pressionado e abafado por Marcelo Grohe, que evitou a abertura do placar.

O que mudou da etapa inicial para os primeiros minutos da final foi que o Grêmio conseguiu ficar mais com a bola no pé. Nos primeiros 45 minutos, o Galo teve 63% de posse de bola, contra apenas 37% do rival. Com o placar inalterado, Cuca resolveu fazer a primeira mexida do jogo aos 14 minutos. Pouco acionado na etapa final, Guilherme deu lugar a Neto Berola, que tinha a missão de dar mais velocidade ao ataque alvinegro, menos efetivo até então do que no primeiro tempo.

Mas quem chegou com perigo foi o Grêmio, após vacilo de Richarlyson. Pressionado pela marcação, ele acabou deixando a bola de graça para Pará. Já na área, Victor saiu para fechar o ângulo, e o lateral rolou para Marcelo Moreno. Com o gol escancarado, o atacante chutou mal, e a bola saiu à direita da meta atleticana. Chance incrível perdida pelos gaúchos e bronca geral dos atleticanos no volante.

Vendo o Grêmio superior, Cuca mexeu mais uma vez. Desta vez ele sacou Carlos César para a entrada de Serginho, que chegou a ser cogitado para ser titular. Do lado gaúcho, Luxemburgo não esboçava menção de mexer no time, superior ao rival pelo menos no que diz respeito à presença no campo de ataque. Logo depois, o técnico atleticano fez a última alteração, colocando o ex-gremista Escudero na vaga de Leonardo, que apesar de pouco acionado, teve papel tático importante na equipe.

Com todas as mexidas do Atlético-MG feitas, foi a vez de Luxa alterar a sua equipe e o sistema de jogo. De uma só vez tirou Zé Roberto e Elano para as entradas de Marquinhos e Léo Gago. O jogo de xadrez continuou, e Luxa também fez a última modificação, colocando André Lima na vaga de Kleber. Assim que percebeu que seria substituído, o Gladiador se atirou no gramado e causou a revolta dos torcedores atleticanos. Pela simulação, foi advertido com cartão amarelo.

Mas apesar da luta dos jogadores, das mexidas dos técnicos e da disposição em campo, o placar acabou inalterado. Ruim para os dois, ótimo para o Fluminense, que abre quatro pontos de frente na liderança. Nos acréscimos, Cuca ainda arrumou tempo para ser expulso, por reclamar de forma acintosa com o árbitro.