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Cremal diz que médico não deve responder pela incompetência da política de saúde

Pedrosa lembra que entregou ao Ministério Público cópia de um relatório de fiscalização feito pelo Cremal antes da greve

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas, Fernando Pedrosa, disse que se alguém tem que ser preso com certeza é o governador do Estado, Teo Vilela, jamais um representante da classe médica. Ele argumenta que os desmandos e incompetência para gerenciar a política de saúde são de responsabilidade do governo e considera um equívoco da Justiça dar ordem de prisão ao presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão.

“Repudiamos veemente a decisão. Isso pode inclusive acarretar desdobramentos negativos e inesperados em outros segmentos. É um erro imputar ao médico a falência do sistema de saúde”, desabafou, lembrando que os legistas deram tempo suficiente para o governo apresentar uma proposta salarial decente e uma alternativa de local de trabalho com o mínimo de estrutura para a realização das atividades. “Infelizmente não houve interesse nem vontade política. O governo se mantém insensível”.

Pedrosa lembra que entregou ao Ministério Público cópia de um relatório de fiscalização feito pelo Cremal antes da greve, alertando para que fossem tomadas providências para viabilizar um atendimento digno no IML. “Nada foi feito e em junho os legistas decretaram greve. Depois de 15 dias a categoria retomou as atividades a fim de negociar com o governo. Como até 31 de julho não houve resposta, a greve teve continuidade. Em 16 de agosto a greve foi considerada ilegal, e por conta disso todos voltaram às atividades, mesmo contrariados. O governo não cumpriu nem com a promessa do pagamento de uma bolsa no valor de R$ 2.5 mil para minimizar as perdas. Há anos a remuneração está em R$ 3,4 mil, mas o piso nacional é de R$ 7, 7 mil.

Pedrosa lembra ainda que o governo descumpriu uma determinação do Tribunal de Justiça para instalar o IML de Maceió em um novo prédio. A mudança deveria ter acontecido até dezembro de 2011, o que foi ignorado, ajudando a desencadear o movimento grevista.