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Transplante: família de jovem salva vida de duas adolescentes

Doação de rins foi recebida pelas pacientes como um verdadeiro presente no Dia da Criança

Ascom Santa Casa

Os médicos Mário Ronalsa, Léo Gomes e Jubrant Petruceli

As adolescentes A.A.N. e J.R.S., de 15 e 16 anos, respectivamente, receberam no último dia 12 de outubro – Dia da Criança – um presente único: ter uma vida normal graças à doação de um rim. A família de outra adolescente, de 17 anos, internada no Hospital do Açúcar, foi responsável por esse presente. Ela decidiu doar os rins da jovem K.C.C. assim que os médicos comprovaram sua morte clínica.

A paciente se tratava há anos de uma doença chamada febre reumática e veio a óbito após um acidente vascular cerebral. Já as adolescentes A.A.N., moradora de Palmeira dos Índios, e J.R.S., residente no bairro do Farol, em Maceió, esperavam há anos na lista de espera de transplantes. Para as duas a espera acabou mas centenas de pessoas ainda continuam aguardando a sua vez.

“Esperamos que a decisão dos pais e responsáveis desta adolescente sensibilize as demais famílias alagoanas a fazerem o mesmo”, disse o urologista Mário Ronsalsa, um dos articuladores do programa de transplantes da Santa Casa de Maceió, ao lado do cirurgião vascular Jubrant Petruceli e do medico residente em cirurgia geral Léo Gomes, que realizaram o procedimento.

Já em casa, se recuperando da intervenção cirúrgica, J.R.S. demonstrou conhecer bem o que é um transplante e também lançou um pedido à população. “Uma pessoa pode salvar ou mudar a vida de sete pessoas de uma só vez por meio da doação de órgãos. Por isso é importante que as pessoas autorizem a doação de órgãos”, disse J.R.S., elencando as córneas, o coração, o rim, o fígado, o pulmão, medula óssea e o pâncreas. Além deles é possível a doação de tecidos como a pele, vasos sangüíneos e alguns ossos e cartilagens.

O corpo humano pode ser comparado a uma máquina cujas peças se mantêm em bom funcionamento mesmo depois de quebrar – mas com uma condição. Quando uma pessoa morre, os médicos precisam determinar se houve parada cardíaca. Caso o coração tenha deixado de funcionar, os órgãos ficam comprometidos pela falta de oxigenação. Nesse caso, só é possível retirar para doação tecidos como a córnea, trechos de pele, cartilagens etc.

Se o paciente estiver no estágio de morte encefálica – quando o cérebro deixa de funcionar de modo irreversível, mas o resto do corpo ainda permanece em atividade -, é possível manter o coração funcionando por algumas horas até a retirada dos órgãos.