Avós querem guarda de neta que vive com mãe em presídio

Os avós de uma criança de um ano e meio solicitam, há cinco meses, a guarda da neta, que vive com a mãe no Presídio Feminino de Bubu, em Cariacica, Grande Vitória, desde que nasceu. Presos no estado, o filho e a nora do casal cumprem pena por envolvimento com tráfico de drogas. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça, a lei permite que as crianças permaneçam com a mãe em presídios até os sete anos de idade. Só no Espírito Santo, 22 crianças estão morando com as mães em presídios.

“Eu pedi a guarda da criança e estou esperando até hoje. Comprei as coisas para ela esperando, porque a situação não é legal para uma criança viver em uma penitenciária”, disse o avô Reginaldo Ferreira. A menina nasceu no presídio e, desde que terminou o período de amamentação, os avós reuniram a documentação e pediram a guarda da neta.

“Tenho condições de criar essa menina sim. Faz cinco meses que eu pedi a guarda da criança e ela não pode vir ainda para as minhas mãos. Ela será bem cuidada aqui fora, porque lá não é lugar com condições nem para um adulto, nem para uma menor”, afirmou Reginaldo.

Com a neta no presídio, os avós só podem encontrá-la uma vez a cada quinze dias. “Quando eu estou indo embora, ela pede para ir comigo também. Aí, me dá dó e vontade de trazer sem poder trazer a menina”, falou a avó Simone Pereira. “Ela está pagando por um crime que não cometeu”, completou o avô.

A proximidade do Natal mexe com as emoções da família e intensifica o desejo de conseguir trazer a menina para perto. “Meu maior sonho é tê-la perto da gente. De mim, dos meus filhos e do meu marido. O coração fica apertado, porque era para ela estar aqui com a gente”, lamentou Simone.