O foco é a formação da consciência cidadã.
Percorrer todas as cidades alagoanas levando lições para a formação de uma consciência crítica e ensinando sobre a importância de fiscalizar o dinheiro público. Essa é a premissa da Caravana de Cidadania, projeto montado por diversas entidades civis e órgãos públicos e que vai englobar educadores, conselhos municipais, profissionais autônomos e, principalmente, alunos de 16 a 22 anos.
A ideia é encabeçada pelas Secretarias de Estado da Fazenda (Sefaz) e de Educação e Esportes (SEE), pela Receita Federal, pela Controladoria Geral da União (CGU), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo Instituto Silvio Vianna. Todas as instituições estiveram reunidas nesta quinta-feira (11) para tratar de detalhes da iniciativa.
Segundo a coordenadora de Comunicação e Educação Fiscal da Sefaz, o foco é a formação da consciência cidadã. “Por isso o Programa de Educação Fiscal também estará participando, trabalhando no desenvolvimento não só do senso crítico, mas também da cidadania. Esse é um projeto muito bom e está sendo adaptado a partir do que nos foi cedido pelo técnico da Receita Federal Aldo Carvalho Filho”.
Produto do Fórum de Combate à Corrupção de Alagoas (Focco), a Caravana de Cidadania pretende implementar um processo de capacitação permanente e contínuo. Para isso, uma das diretrizes a ser seguida é a criação do parlamento jovem. A ideia é que o grupo funcione como uma espécie de Câmara de Vereadores, desempenhando os mesmos papéis.
“Isso já existe em outros Estados, só que sempre atrelado às Câmaras e Assembléias Legislativas. Aqui queremos que aconteça de maneira independente, possibilitando uma maior autonomia. Composto por estudantes, o parlamento vai funcionar como um treinamento, para que, depois de entender o funcionamento destes lugares, os jovens possam questionar e fiscalizar”, diz Pedro Guido, presidente do Instituto Silvio Vianna.
Junto disso, a iniciativa também prevê o fortalecimento dos conselhos municipais, possibilitando um maior acesso a informações sobre as contas municipais. “Está previsto em Lei que toda administração pública deve ter um conselho, que tem duas atribuições: elaborar as políticas públicas e fiscalizar os gastos, uma atividade importantíssima. Nosso objetivo é ajudar no cumprimento desses papéis”, completa Guido.
Para a presidente da CUT, Lenilda Lima, o projeto pode ser o pontapé para o início de uma mudança na realidade alagoana. “Estamos muito entusiasmados. O caminho é mesmo colocar a juventude para discutir os valores para que entendam que as instituições devem funcionar de maneira transparente e comecem a cobrar isso. Nossa democracia é formada de jovens e é eles que temos que estimular para exercerem seu papel”, afirma ela.