O desgaste já atinge o presidente do DEM.
Por mais que o DEM tente se descolar, o escândalo de corrupção no Distrito Federal não é uma questão local. Atinge o partido como um todo. Indícios de doações ao DEM nacional foram encontrados pela Polícia Federal.
Os recibos estavam guardados no armário do operador do mensalão, ao lado da residência oficial do governador José Arruda. As empresas que contribuíram com o partido têm negócios com o governo do DF e são suspeitas de integrar o esquema.
O desgaste já atinge o presidente da legenda, Rodrigo Maia, cuja postura claudicante em relação à punição dos envolvidos vem sendo questionada no partido.
– Podíamos ter expulsado no primeiro minuto – argumentou, inconformado, o senador Demóstenes Torres (GO).
O mal estar se estende ao vice Paulo Octávio, que já admite renunciar. Sem apoio do DEM, Octávio tenta se agarrar a Lula. Espera ser recebido pelo presidente para discutir a governabilidade no DF.
O Planalto não quer a intervenção como propõe a Procuradoria-Geral da República. Pelo contrário, quer distância do lamaçal brasiliense e já coloca em xeque até a candidatura do ex-ministro Agnelo Queiroz (PT), respingado pelo escândalo. Diante de tamanha encrenca, o DEM é que defende a intervenção como forma de não sofrer um desgaste nas urnas na eleição de outubro. A ordem é se livrar do pepino, deixando Arruda virar piada de marchinhas de Carnaval país afora.
ZEROHORA