Ceraqua São Francisco será inaugurado em 16 de março.
O Estado de Alagoas está prestes a se tornar referência nas áreas de aquicultura e recursos pesqueiros com a inauguração no dia 16 de março do Centro de Referência em Aquicultura e Recursos Pesqueiros do São Francisco (Ceraqua/SF). O Ceraqua São Francisco funcionará no município de Porto Real do Colégio (AL) como unidade integrante da 5ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Alagoas e terá sua gestão compartilhada entre a companhia, Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Governo do Estado de Alagoas.
Para a inauguração já estão confirmadas as presenças dos Ministros da Integração Nacional Geddel Vieira Lima e da Pesca e Aquicultura Altemir Gregolin, do governador de Alagoas Teotonio Vilela Filho, do diretor presidente da Embrapa Pedro Antonio Arraes Pereira e da reitora da UFAL Ana Dayse Doria, que serão recebidos pelo presidente da Codevasf Orlando Cesar Castro e pelo superintendente regional da Codevasf em Alagoas Antônio Nélson de Azevedo. A presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na inauguração ainda aguarda agendamento.
Na solenidade de inauguração será assinado um acordo técnico e operacional entre as instituições que participarão da gestão compartilhada.
O centro iniciou suas atividades no final da década de 1970 como Estação Piloto de Piscicultura de Itiúba (EPI), sendo a primeira estação do programa de piscicultura da Codevasf construída no Vale do São Francisco, juntamente com a Estação de Piscicultura de Três Marias (MG).
O centro faz parte de um programa iniciado no final dos anos de 1980, quando a Codevasf enviou seu corpo técnico de engenheiros de pesca para a Hungria para serem capacitados na tecnologia de propagação artificial de peixes de água doce em laboratório. Isso proporcionou a vinda ao Brasil de uma das maiores autoridades mundial em piscicultura, o húngaro Elek Woynarovich, para um intercâmbio que durou aproximadamente oito anos com os técnicos da Codevasf. O resultado foi um salto tecnológico que mudou a história da piscicultura brasileira.
Para transformar a Estação de Piscicultura da Codevasf em um dos mais modernos centro tecnológicos e científicos em aquicultura e recursos pesqueiros do Brasil, foram investidos cerca de R$ 8,5 milhões pelo Governo Federal, por meio da Codevasf e do Ministério da Pesca e Aquicultura. Além do Ceraqua São Francisco, a Codevasf também está investindo na construção do Ceraqua Parnaíba, que também atuará nas ações de revitalização da bacia hidrográfica do rio Parnaíba, na área de atuação da companhia nos estados do Piauí, Maranhão e Ceará.
A missão do Ceraqua São Francisco pode ser resumida em atuar como centro difusor de tecnologia em aquicultura. Entre os objetivos do Ceraqua São Francisco está a produção de alevinos para a recomposição da ictiofauna do Rio São Francisco. Além do repovoamento do rio, esse trabalho consiste no peixamento de lagoas marginais, açudes públicos e comunitários para inclusão social do homem do campo.
Além disso, o centro trabalha para fomentar a atividade de piscicultura intensiva e empresarial no Baixo São Francisco alagoano como alternativa de desenvolvimento econômico. Para isso, suas ações dão ênfase tanto ao piscicultor em nível da produção familiar, quanto à iniciativa privada
Um dos resultados já apresentados pelo Ceraqua São Francisco é o aumento de produtividade experimentado pela estação de piscicultura da Codevasf em Alagoas. Em Itiúba (AL) eram produzidos cerca de 100 mil alevinos por ano. Uma vez em operação com toda sua capacidade, o centro terá capacidade de produção de até 15 milhões de alevinos por ano.
O CERAQUA já possui cerca de 29 trabalhos de pesquisa realizados e em fase de realização envolvendo Codevasf, Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que se transformarão em conhecimentos para intervir na cadeia da piscicultura em Alagoas. Um dos exemplos são as pesquisas realizadas pelas professoras Denise Pinheiro e Edma Miranda, respectivamente doutoras em química e zootecnia do Instituto de Química e Biotecnologia da UFAL nas áreas de nutrição de peixes, em parceria com pesquisadores da Embrapa e técnicos da Codevasf.