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ALE volta aos trabalhos com protesto de servidores e sem votação do orçamento

Críticas ao governo e a Mesa Diretora da ALE também marcaram a sessão. 'Esta casa não precisa de mais dinheiro”, afirmou Rui Palmeira.

Vanessa Alencar/Alagoas24horas

Servidores lotam galeria para cobrar PCC

Um protesto pacífico de servidores marcou a reabertura dos trabalhos do Poder Legislativo Estadual. Dezenas de servidores da Casa ocuparam a galeria e alguns espaços do plenário vestidos de preto e carregando faixas para cobrar dos parlamentares a implantação imediata do Plano de Cargos e Carreira (PCC), aprovado no ano passado.

O representante da Associação dos Servidores do Poder Legislativo da Assembleia Legislativa de Alagoas, Henrique Lopes, disse à reportagem do Alagoas24Horas que o pleito dos servidores é o cumprimento das promessas dos parlamentares. “Estamos cobrando hoje o que foi garantido pela Mesa Diretora de que não seria necessário o aumento do duodécimo da Casa para implantar o PCC da categoria”, ressaltou.

O pleito dos servidores foi defendido pela bancada oposicionista da ALE. O primeiro a se pronunciar foi o deputado Judson Cabral (PT). “A implantação do PCC não foi condicionada ao aumento do duodécimo da ALE”, confirmou o deputado, sendo ovacionado pelos servidores que lotavam a galeria.

O petista também usou a tribuna para cobrar, mais uma vez, o acesso as contas do parlamento estadual e para criticar o relatório elaborado pela Comissão de Orçamento. "Não tivemos acesso aos detalhes do orçamento. Tive uma série de emendas rejeitadas e não sei os motivos porque alguns deputados tiveram emendas aprovadas e outros não”, questionou.

Judson também criticou o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) pelo balanço que fez da sua gestão – na sessão solene realizada na semana passada na ALE – e enfatizou que lhe faltou cortesia ao destacar as obras e projetos realizados sem mencionar que 90% destes tiveram recursos do Governo Federal.

Falta transparência

Em aparte ao pronunciamento de Judson, o deputado Rui Palmeira também usou a tribuna para defender a implantação do PCC. “A ALE não precisa de aumento do duodécimo, falta transparência a esta Casa. Esta casa não precisa de mais dinheiro”, enfatizou.

O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, também se pronunciou favorável a implantação do PCC e não minimizou críticas ao governo estadual: “O Téo está com a síndrome do caranguejo Uçá: trabalhando à marcha ré”, alfinetou o petista, que criticou também os cortes no orçamento à Educação, Saúde e Segurança. Para Paulão, embora o orçamento da ALE não deva ser reajustado, o parlamento terá mais de 14 milhões em emendas individuais de deputados, o que na prática significa um aumento no orçamento.

Orçamento e PCC

O presidente da Casa, deputado Fernando Toledo, voltou a dizer que o orçamento será votado assim que a Comissão de Orçamento apresente o relatório final, o que pode – ou não – acontecer ainda essa semana.

Com relação ao protesto dos servidores, Toledo afirmou: "Não seria racional da nossa parte que estivéssemos boicotando o PCC. Ainda estamos avaliando o orçamento do Estado, no qual está incluso o orçamento do Poder Legislativo. Peço calma aos servidores: vamos fazer a implantação tão logo aprovemos o orçamento", finalizou.